INFLUÊNCIA DA INGESTÃO DE GLÚTEN NO LIMIAR DE DOR À PRESSÃO DE MULHERES COM DOR MIOFASCIAL DA MUSCULATURA MASTIGATÓRIA

Resumo

A ligação entre hábitos alimentares e doenças dolorosas crônicas, como as Disfunções Temporomandibulares (DTMs), tem se tornado cada vez mais consistente nos últimos anos e a eliminação do glúten da dieta de pacientes com estas desordens está se tornando uma intervenção com alto potencial para melhora clínica, visto que o glúten tem sido apontado como uma substância com atividade pró-inflamatória. O objetivo desse estudo é avaliar a influência da ingestão de glúten no Limiar de Dor à Pressão (LDP) de mulheres com dor miofascial da musculatura mastigatória (ReserachDiagnosticCriteria for TemporomandibularDisorders). A amostra parcial foi coletada nos ambulatórios do curso de Odontologia da Universidade Federal do Ceará, e foi composta por 8 voluntárias do sexo feminino, com idade variando entre 20 e 45 anos. As voluntárias foram separadas aleatoriamente em dois grupos: grupo I, 4 voluntárias que seguiram uma dieta livre de glúten por 1 mês, prescrita por nutricionista; e grupo II, 4 voluntárias sem tratamento. Previamente a intervenção, excluiu-se a possível presença de sinais e sintomas de intolerância, sensibilidade ou alergia ao glúten. As pacientes foram avaliadas em dois momentos: inicialmente e 30 dias depois. As medições do LDP (kgf/f) foram realizadas com a utilização de um algômetro: um mensurador de pressão. Todos os testes foram realizados bilateralmente no corpo do músculo masseter, na porção anterior do músculo temporal, ATM e eminência tenar. Após 1 mês, no grupo I houve aumento do LPD, ou seja, uma redução da sensibilidade dolorosa, de, em média, 0,547kg no temporal anterior, 0,406kg no masseter e 0,511kg na ATM. No grupo II, houve um aumento da sensibilidade dolorosa de, em média, 0,413kg no temporal anterior, 0,225kg no masseter e 0,184kg na ATM. A eliminação do glúten da dieta de indivíduos com DTM parece ser um tratamento promissor na redução da dor.Por ser uma intervenção inédita na área de dor orofacial, urge que mais estudos sejam desenvolvidos.