ISOLAMENTO DE BACTÉRIAS E FUNGOS PRESENTES EM NINHOS DE ESPUMA DO ANURO ADENOMERA AFF. HYLAEDACTYLA

Autores

  • Daniel Vieira Martins
  • VÂNIA MARIA MACIEL MELO
  • FELIPE AUGUSTO CORREIA MONTEIRO
  • MIRELLA LEITE PEREIRA
  • Denise Cavalcante Hissa

Resumo

Muitos grupos de anfíbios depositam seus ovos em ninhos de espuma como adaptação reprodutiva ao ambiente terrestre. Esses ninhos de espuma são estruturas estáveis que fornecem oxigênio, proteção contra radiação, temperatura, predadores e patógenos. Sabe-se, atualmente, que a defesa contra muitos patógenos no indivíduo adulto é proveniente de sua microbiota, entretanto pouco se conhece sobre o microbioma presente nos ninhos durante seu estágio larval. O presente trabalho teve como objetivo isolar fungos e bactérias presente em ninhos de espuma de Adenomera aff. hylaedactyla e no solo adjacente aos ninhos de espuma de modo a obter uma coleção desses microrganismos para estudos posteriores. As coletas foram realizadas na Taíba, São Gonçalo do Amarante - CE. Foram coletados, de forma asséptica, 4 amostras de espuma e 4 de solo. Para isolamento dos morfotipos e contagem de viáveis totais, as amostras foram diluídas em solução salina até a diluição 10^-4 e plaqueadas por meio da técnica de spread plate em meio ATGE para as bactérias e BDA suplementado com ampicilina e cloranfenicol, para os fungos. Os isolados bacterianos foram armazenados em placas de 96 poços com glicerol 20% a -80 ºC. Foi feito pellets dos fungos e armazenados em água destilada estéril a 4 ºC. As amostras de ninhos de espuma apresentaram 5,1 ± 9,1 x 10ˆ5 ufc/g comparado a 1,6 ± 0,74 x 10^5 ufc/g das amostras de solo. Dos 64 morfotipos de bactérias isolados, 33 pertenciam a espuma e 31 ao solo adjacente. Nos 24 morfotipos de fungos, 7 pertenciam a espuma e 17 ao solo. Foram observados halos enzimáticos em 8 morfotipos fúngicos indicando potencial biotecnológico, enquanto nas bactérias um isolado apresentou atividade anti-fúngica. Dessa forma, os ninhos de espuma mostraram ter uma composição microbiana própria e o seu estudo poderá contribuir para o entendimento do seu papel ecológico e, possível potencial biotecnológico.

Publicado

2019-01-14

Edição

Seção

XXXVII Encontro de Iniciação Científica