LITERATURA DE AUTORIA FEMINIA: MORTE E MELANCOLIA EM DELFINA BENIGNA DA CUNHA

Autores

  • Herminia Barreto da Silva
  • FAFÁ GOMES
  • Edilene Ribeiro Batista

Resumo

Este trabalho busca apresentar a pesquisa orientada pela professora dra Edilene Ribeiro Batista, desenvolvida no ano de 2017 no projeto PIBIC, sobre a poética da morte presente nos poemas de Delfina Benigna da Cunha. Também temos como objetivo resgatar a literatura de uma mulher escritora e influenciadora de sua época, que teve seu nomeesquecido pela ciência literária, focada em valorizar obras masculinas, canonizando seus trabalhos e esquecendo—se que na mesma época e sob perspectivas diferentes haviam produções femininas. Percebemos este menosprezo através dos números de pesquisas e informação que encontramos sobre a autora, um problema enfrentando em muitas produções de autoria feminina. Além dos desafios comuns a vida das mulheres do século XIX, a aceitação da sua importância na sociedade e até mesmo a abertura de espaço para elas na literatura, Delfina enfrentava também os males da cegueira, por ter perdido a visão aos 20 meses de idade, por ocasião de uma crise de varíola. A autora tratava de temas como amor, políticae, o tema principal que abordaremos em nosso trabalho, a morte. Benigna utilizava-se dos seus versos como forma de expressão de sua dor, seu lamento pela cegueira e o apresso pela morte, sob uma perspectiva ultrarromântica da morte como libertação da dor e do sofrimento, para esta romântica em questão, seria preferível ter morrido quando criança do que ter sua vida limitada devido a cegueira. Demonstraremos também a força e a importância desta mulher, que contribuiu para a literatura sul Riograndense, como pioneira no romantismo brasileiro, primeira mulher a editar um livro de poesias e como uma das vozes femininas no meio da literatura colonial. Com este trabalho concluímos ao analisar os poemas de Delfina Benigna da Cunha, a existência de uma poética da morte e pontuações importante desta mulher na história e na literatura do Brasil.

Publicado

2019-01-14

Edição

Seção

XXXVII Encontro de Iniciação Científica