MORTALIDADE POR SCHISTOSOMA MANSONI NOS ESTADOS DO NORDESTE ATINGIDO PELA TRANSPOSIÇÃO DO RIO SÃO FRANCISCO

Autores

  • Antonio Francisco Pergentino de Andrade Junior
  • PAULO JEFFERSON SANTOS MARQUES
  • Fernando Schemelzer de Moraes Bezerra

Resumo

Analisou-se distribuição dos padrões espaço-temporais da mortalidade relacionada à esquistossomose no Brasil de 1999 a 2014 através de um estudo de base populacional nos estados do Nordeste – com base nos dados oficiais de mortalidade do Sistema Brasileiro de Informação sobre Mortalidade (SIM). Foram incluídas todas as mortes ocorridas nos quatro estados atingidos pela transposição do Rio São Francisco (Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco), nas quais a esquistossomose foi mencionada no atestado de óbito como causa de morte básica ou associada (causas múltiplas de morte). Utilizamos os municípios de residência como unidade de análise geográfica e os coeficientes médios de mortalidade (por 100.000 habitantes) suavizados foram calculados pelo método Bayesiano Empírico Local e divididos em quadriênios para as análises temporais. Ao longo do período de 16 anos do estudo, a esquistossomose foi mencionada em 7.263 certidões de óbitos no Nordeste, seja como causa básica ou como causa associada, de forma mais restrita temos 3.070 mortes relacionadas à esquistossomose nesse período nos 4 Estados atingidos pela transposição (CE, RN, PE, PB). O coeficiente médio de mortalidade foi de 0,91 mortes/100.000 habitantes (Intervalo de Confiança [IC] 95%: 0,83-0,99), além disso, temos que os residentes na região Nordeste tiveram como resultado do Risco Relativo[RR]: 11,35; IC 95%: 6,24-20,63. Os indivíduos maiores do que 70 anos apresentaram os maiores riscos relativos relacionados à esquistossomose quando comparados às outras faixas etárias, já quanto ao gênero houve equilíbrio. Podemos concluir que a esquistossomose persiste como importante causa de óbito nos Estados da região Nordeste, especialmente em áreas com elevada prevalência da doença. Reforça-se a necessidade de desenvolvimento de ações de vigilância em saúde e controle nestas áreas, com atenção à população de risco e em idosos.

Publicado

2019-01-14

Edição

Seção

XXXVII Encontro de Iniciação Científica