REMOÇÃO DE NITROGÊNIO EM LODO GRANULAR AERÓBIO ENRIQUECIDO COM CÁLCIO

Autores

  • Ian Holanda Herbster Moura
  • ANTÔNIO RICARDO MENDES BARROS
  • ANDRÉ BEZERRA DOS SANTOS
  • PAULO IGOR MILEN FIRMINO
  • Paulo Igor Milen Firmino

Resumo

A remoção biológica de nitrogênio em reatores de lodo granular aeróbio (LGA) pode ser feita por microrganismos aeróbios/anóxicos que oxidam amônia a nitrito ou nitrato, com posterior passagem deste para a forma de nitrogênio molecular. Foram produzidos dois LGA com o intuito de verificar a influência do íon Ca2+ nos processos de granulação e remoção de nitrogênio, utilizando o regime operacional de alimentação/descarte simultâneos, avaliando a sedimentabilidade do lodo a partir do índice volumétrico de lodo (IVL) e a eficiência de remoção de nitrogênio. A diferença entre os sistemas foi a adição de 100 mg Ca2+/L na alimentação do segundo reator (R2). Os potenciais de nitrificação e desnitrificação foram analisados a partir de testes respirométricos com o auxílio do software Resp 43 e do respirômetro Beluga. Em termos de sedimentabilidade, o R2 apresentou valores de IVL cerca de duas vezes menores que os de R1. Com relação às eficiências de remoção, não foram encontradas diferenças marcantes nas de carbono (> 95%) e nitrogênio (nitrificação ≥ 90% e desnitrificação de 43% e 42%, respectivamente). Na nitrificação completa, a taxa de consumo de nitrogênio (TCN) foi de 21,88 mg N/L/h no lodo de R1 e de 22,80 mg N/L/h no R2, não apresentando diferenças significativas nesse quesito. As TCN médias encontradas durante a desnitrificação via nitrato apresentaram valores similares (7,39 e 6,63 mg/L/h, respectivamente), sendo a única diferença a maior TCN referente à desnitrificação via nitrito em R1, de 14,67 mg/L/h, contra 10,92 em R2, justificada pela possível diminuição da ação biológica dos grânulos pela adição de Ca2+. Assim, em termos de sedimentabilidade, a adição de cálcio influenciou positivamente no processo de granulação. Porém, em relação à remoção de nitrogênio, ambos os sistemas apresentaram altas eficiências de nitrificação e menores eficiências de desnitrificação. Logo, a adição do íon não se mostrou como um fator diferencial nesses processos.

Publicado

2019-01-14

Edição

Seção

XXXVII Encontro de Iniciação Científica