7 E 8: DOS REGIMES DE COMPETIÇÃO DAS ACADEMIAS DE DANÇA

Autores

  • Antonio Mendes Bezerra JÚnior
  • Rosa Ana Fernandes de Lima

Resumo

O presente trabalho apresenta uma problematização acerca dos regimes de competição das academias de dança de Fortaleza, buscando esclarecer como essas práticas propagam um conhecimento de corpo e de dança já bastante popularizado e pouco crítico. Nesse contexto, o corpo do bailarino é levado em consideração pelos seus atributos físicos e pela mecânica dos seu movimento e a dança é entendida por modalidades, assemelhando-se ao esporte. Percebe-se que muito do saber acerca do corpo e da dança, reproduzido nas academias, é oriundo do campo da educação física, o que gera uma importante discussão acerca das especificidades desses diferentes campos de saber; no mesmo tempo em que a arte da dança reclama a sua autonomia e seu lugar de fala. O objetivo é questionar como as práticas competitivas, movidas por um determinado modo de conhecer, restringem a relação tanto com a corporeidade dançante (Bernard), uma espécie de rede plástica instável, às vezes sensorial, motora, pulsional, que resulta de uma interferência de uma dupla história; quanto com o vasto campo de possibilidades da arte do movimento. Trata-se de um trabalho que parte da experiência do autor com as companhias de dança, geradas e geridas pelas academias. Portanto, parte de um estudo etnográfico, da etnografia como método para a pesquisa de campo, de um trabalho por meio do contato intenso e prolongado do pesquisador que explora, coleta e analisa dados. Por fim, conclui-se que as academias de dança são empresas e não instituições de arte. Competem entre si, estão inseridas em um sistema cujo imperativo é gerar lucro, e para tanto, incorporam a máxima: tempo é dinheiro (Thompson).

Publicado

2019-01-14

Edição

Seção

XI Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação