DERRAMAMENTO DE PETRÓLEO NO NORDESTE BRASILEIRO E SEUS IMPACTOS SOBRE AS TARTARUGAS MARINHAS: ESTUDO DE CASO
Resumo
O derramamento de petróleo nos oceanos pode gerar impactos ambientais imensuráveis causando poluição, estresse ambiental e alterações nos ecossistemas marinhos. Os primeiros registros das manchas de petróleo no litoral nordestino surgiram no final do mês de agosto de 2019, no Estado da Paraíba, sendo noticiados posteriormente nos 9 estados do Nordeste, ocasionado inúmeros danos a biota marinha e provocando também impactos econômicos nas regiões atingidas por este derramamento. O objetivo do presente trabalho foi contabilizar o número de tartarugas marinhas encalhadas no litoral nordestino contaminadas por petróleo e avaliar possíveis impactos decorrentes deste derramamento. Foram consultados dados oficiais do IBAMA, disponíveis em plataformas digitais online (site: ibama.gov.br), cuja atualização era diária. A fauna contabilizada pelo órgão foi dividida em três grupos: tartarugas marinhas, aves e mamíferos. De acordo com o IBAMA até o fim do mês de novembro foram contabilizados 96 encalhes de tartarugas marinhas do total de 141 animais encalhados com machas de petróleo pelo corpo, onde o número de encalhes de tartarugas mostrou-se superior aos demais grupos com 68,09% dos casos registrados. Essas manchas de petróleo causam a contaminação da água e afetam diversas espécies de tartarugas. A ingestão direta ou indireta deste poluente pode afetar a digestão desses animais e em alguns casos pode levar à óbito dependendo da quantidade ingerida, prejudicando também o desenvolvimento de diferentes tipos de algas que são essenciais para dieta de algumas destas espécies. Conclui-se que houve um número significativo de encalhes de tartarugas marinhas com vestígios de petróleo pelo corpo, sendo estes os mais afetados em relação aos demais grupos registrados, com impactos que podem interferir na alimentação, reprodução e habitat do grupo, comprometendo inclusive a sobrevivência dos indivíduos contaminados.Publicado
2019-01-01
Edição
Seção
XXVIII Encontro de Extensão
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