CARACTERIZAÇÃO SOCIODEMOGRÁFICA DOS CASOS DE HANSENÍASE NO CEARÁ, 2014-2019

Autores

  • Mirele Coelho Araujo
  • Nágila Nathaly Lima Ferreira
  • Anderson Fuentes Ferreira
  • Jaqueline Caracas Barbosa
  • Alberto Novaes Ramos Junior

Resumo

Introdução: A hanseníase é uma doença infecciosa crônica negligenciada causada por Mycobacterium leprae, atingindo principalmente nervos periféricos e pele, podendo causar incapacidade e deformidades físicas. A transmissão ocorre pelo contato próximo e prolongado com uma pessoa doente e sem tratamento em contextos de vulnerabilidade social. A doença tem cura, mas ainda apresenta elevada carga de morbimortalidade diante destes determinantes sociais. Objetivo: Descrever o perfil sociodemográfico dos casos de hanseníase no estado do Ceará de 2014-2019. Metodologia: Estudo transversal descritivo com dados de casos de hanseníase notificados no estado do Ceará de 2014-2019, obtidos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) disponíveis no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). As variáveis analisadas foram: sexo, faixa etária, raça/cor, escolaridade e município de notificação. Resultados: Foram notificados 12.461 casos novos de hanseníase, maioria no sexo masculino (N=7.413; 59,4%). Verificou-se maior proporção de pessoas de 50-59 anos (N=2.577; 20,6%) e 40-49 anos (N=2.345; 18,8%). A cor/raça com maior expressão foi a parda (N=8.364; 67,1%), seguida pela branca (N=2.207; 17,7%). O ano de 2014 concentrou a maior quantidade de notificações (2.371; 19%). A maioria dos casos não teve registro da escolaridade (N=3.404; 27,3%) e 2.524 pessoas apresentaram de 1 a 3 anos de estudo (20,2%). O município com maior número de notificações foi Fortaleza (N=4.990; 40%), seguido de Sobral (N=547; 4,3%). Conclusão: A hanseníase mantém-se como problema de saúde pública no estado do Ceará. Estratégias que proporcionem o diagnóstico precoce e tratamento oportuno devem ser potencializadas, a exemplo da busca ativa de casos existentes, interrupção da transmissão da doença e prevenção com surgimento de casos com incapacidade física. Há a necessidade de qualificar as ações de vigilância epidemiológica para uma análise mais acurada de dados secundários.

Publicado

2021-01-01

Edição

Seção

XIII Encontro de Experiências Estudantis