PLANTAS MEDICINAIS E TOXICAS COMO CONTEXTO PARA AULAS DE QUIMICA ORGANICA EM UM CURSINHO POPULAR

Resumo

Cursinhos populares (CP) são importantes iniciativas que visam contribuir para o acesso ao ensino superior por estudantes de baixa renda. Em diversas instituições, o ensino de Ciências da Natureza tem se tornado desafio para os professores, uma vez que parte dos alunos aponta não compreender onde poderão aplicar o conhecimento adquirido e, desta forma, motivar-se a estudá-lo. O objetivo do trabalho é descrever a experiência de professores voluntários sobre a adoção de plantas medicinais e tóxicas como contexto para aulas de Química Orgânica (QO) de um cursinho popular de Fortaleza. Trata-se de um estudo descritivo qualitativo do tipo relato de experiência visando expor o potencial de conteúdos das áreas de Farmacognosia e Toxicologia como contexto para a realização de aulas de QO. Foram utilizados na contextualização o conhecimento prévio dos alunos acerca de plantas medicinais e acontecimentos históricos relacionados à temática como o agente laranja relacionado à guerra do vietnã, a cicuta (Conium maculatum L.) relacionada à morte de Sócrates e a Beladona (Atropa belladonna L.) utilizada por Cleópatra para a dilatação da pupila com finalidade estética. Dentro de cada tema foram abordados os devidos conteúdos presentes na ementa como a introdução, grupos funcionais, classes químicas e a própria história da QO. Como resultado, notou-se maiores participação e adesão dos alunos às aulas devido terem conseguido visualizar a aplicabilidade dos conhecimentos. Percebeu-se ainda que a abordagem fomentou uma maior curiosidade dos pré-vestibulandos do CP, pois passaram a se perguntar sobre como seriam aplicadas também as outras disciplinas em suas formações. Conclui-se que ao mostrar a aplicabilidade da disciplina mencionada, pôde-se agregar na formação de alunos que possuem interesse na área da Saúde, além dos que possuem interesse na própria Química. Entretanto, se torna necessária a construção de novas abordagens de maneira a contemplar os demais alunos.