A CONSTRUÇÃO DO SISTEMA EDUCACIONAL BRASILEIRO NO ENSINO SUPERIOR: UMA ANÁLISE SOBRE A REFORMA UNIVERSITÁRIA DE 1968

Autores

  • Antonio Pinheiro de Souza Neto
  • Gretha Leite Maia de Messias

Resumo

A Reforma Universitária de 1968, também conhecida como “Acordos MEC-USAID”, foi implementada após forte resistência e pretendia a implementação dos pilares de eficiência, modernização e flexibilidade administrativa nas Universidades brasileiras, preterido as matérias mais reflexivas, abrindo-se caminhos para as instituições de ensino superior privadas. Assim, de acordo com os pilares citados e a narrativa criada à época, a Universidade não podia permanecer ligada às noções do serviço público, pois este era lento, inerte e atrasado, sendo imprescindível que houvesse a desvinculação do corpo docente e administrativo do serviço público. O objetivo deste trabalho é tentativa de compreender o que representou a Reforma de 1968 na educação brasileira, investigando sua implementação e seus desdobramentos e o movimento de resistência nas próprias Universidades. Objetiva também a análise do presente sob a ótica das novas reformas e propostas. Para cumprir os objetivos, a metodologia utilizada é a revisão bibliográfica a fim de explorar o assunto de maneira interdisciplinar para que se tenha um panorama amplo da Reforma de 1968. Percebe-se que o Brasil compõe o eixo diplomático “acessível” para a ação político-ideológica estadunidense. No cenário local, o governo militar compartilhava a ideologia educacional americana, como é explícito nos relatórios e nos Acordos MEC-USAID, configurando uma intervenção na estrutura educacional brasileira, moldando-a à um projeto de educação antipopular, antidemocrática e mercantilizada. Conclui-se que a realidade brasileira hoje é continuação de um projeto antipopular e antidemocrático, visto às tentativas de implementação de projetos como o “Future-se” nas Universidade federais, agudizando a lógica de mercantilização da educação, bem como a Reforma Administrativa, no corpo da PEC 32/2020, corroborando a lógica de que o serviço público é o mal das instituições de ensino superior, enfatizando a necessidade de debate e resistência permanente.

Publicado

2021-01-01

Edição

Seção

XXIX Encontro de Iniciação à Docência