A CRÍTICA AO BIOPODER NA ÉTICA-DA-VIDA E A POESIA DE CHICO BUARQUE

Autores

  • Victoria Freitas Vieira da Cunha
  • Davi Oliveira Aragão
  • Gabriel Marques Cavalcante
  • Mariane dos Santos Coelho
  • Luciano José de Araújo
  • Francisco Ursino da Silva Neto

Resumo

Introdução: A Bioética como Ética-da-vida ou Aionética lecionada no 5º semestre do currículo da Faculdade de Medicina/UFC almeja produzir a compreensão de um novo valor da vida e do ser humano. O método de ensino-aprendizagem se chama PensArteCorpo e utiliza as várias linguagens da arte para expressar um saber ético crítico. Um dos temas do seu conteúdo didático é o biopoder. Objetivo: O objetivo do trabalho é estabelecer um diálogo entre um poema de Chico Buarque e os conceitos filosóficos de biopoder e biopolítica de Michel Foucault, seguindo o método PensArteCorpo. Metodologia: Análise hermenêutica. Resultados: O poema Roda Viva (1967), letra de canção que deu nome também a uma peça teatral do mesmo autor, circunscreve a realidade do poder repressor do Estado que se manifesta “calando vozes ativas e carregando o destino pra lá”. Inserida em um contexto histórico da cultura brasileira perpassada pelo regime ditatorial, a letra sinaliza um movimento de inconformismo, embora cerceado: “A gente toma a iniciativa, viola na rua, a cantar, mas eis que chega a roda-viva e carrega a viola pra lá”. Entretanto, o poeta registra indícios de uma forma de resistência, a qual pode ser vista inclusive na sua própria produção e na de outros(as) artistas brasileiros durante o período, como uma crítica ao poder autoritário existente no país, utilizando-se de linguagem simbólica a fim de escapar à censura. Conclusão: Roda Viva é uma metáfora que representa o poder do Estado, manifestado por meio da disciplina e da biopolítica, capturando a forma de vida do indivíduo; contudo, por intermédio da arte é possível resistir.

Publicado

2021-01-01

Edição

Seção

XXIX Encontro de Iniciação à Docência