A INFLUÊNCIA INDÍGENA NA TOPONÍMIA DAS CIDADES CEARENSES

Autores

  • Bruna Costa do Nascimento
  • Roberto Arruda de Oliveira

Resumo

Percebemos que muitas cidades cearenses possuem nomes que fogem do léxico comum do cotidiano, como Itapipoca, Ipueiras, Paraipaba e Paracuru. Portanto, o presente trabalho associado à bolsa PID, da disciplina de Filologia Românica, concentra-se em refletir como e porque o substrato linguístico indígena se manifestou como topônimo de dezenas de cidades cearenses. Por isso, investigamos o conceito de Toponímia, a importância da Toponímia para a Filologia, as teorias de como as cidades são nomeadas, o porquê dessas cidades terem sido batizadas com nomes vindos do Tupi-Guarani. Ademais, através da Teoria do Substrato vista na disciplina de Filologia Românica, explicamos de que maneira o Tupi-Guarani apresenta-se como substrato. Como metodologia, utilizamos os estudos sobre toponímia e filologia dos doutores Maria Vicentina de Paula do Amaral Dick (1990), que explica a origem toponímica de diversas cidades brasileiras e suas ligações com a cultura indígena, o trabalho sobre Contato Linguístico da professora Marli Quadros Leite (1996), que apresenta outras conceituações de substrato linguístico, e a pesquisa de Jörn Seemann (2005), que explica e teoriza os nomes das cidades cearenses. Assim, notamos que a escolha dos nomes de diversas cidades como Cariri, Maracanaú e Maranguape foi motivada tanto pela considerável presença de habitantes indígenas, quanto pelo indianismo romântico do século XIX. Observamos também a influência da Era Vargas, que escolheu como "língua nacional" o Tupi-guarani, por ser a língua dos primeiros habitantes e por forte influência nacionalista. Portanto, percebemos que o substrato linguístico do Tupi-guarani manifestou-se na Toponímia das cidades cearenses por forte influência política, histórica e ideológica, muitas vezes imprevisíveis. Desse modo, constatamos a importância dos estudos da Toponímia para a Filologia, pois ambos utilizam análise histórica e cultural para o entendimento da realidade.

Publicado

2021-01-01

Edição

Seção

XXIX Encontro de Iniciação à Docência