ANÁLISE DA INFLUÊNCIA DO AUXÍLIO EMERGENCIAL NA ECONOMIA BRASILEIRA NO PERÍODO DA PANDEMIA DE COVID-19

Resumo

O advento da pandemia de Covid-19 impôs restrições sanitárias no Brasil, que ocasionaram o fechamento temporário de diversos setores da economia, que impactou negativamente a economia. Nessa perspectiva, houve impactos diretos nos empregos formais e informais levando a uma redução no poder de compra da população, além de impactar nos segmentos mais carentes da sociedade. O programa Auxílio Emergencial (AE) adotado pelo Governo Federal se apresenta como uma peça importante na renda e no consumo das pessoas afetadas pela pandemia, e, por conseguinte, nos indicadores econômicos do país, a partir de dados preliminares. Esse trabalho dá início à uma análise dos impactos iniciais do programa nos indicadores de renda e consumo dos brasileiros. Os dados aqui apresentados são oriundos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Instituto de Pesquisa de Economia Aplicada (Ipea). Nesse contexto, utilizando como base o resultado divulgado pelo IBGE do 3ºT de 2020, se pôde constatar que houve um crescimento de 7,6% no consumo das famílias, tal resultado é, em partes, fruto do AE. É importante destacar que houve reabertura de alguns setores da economia, logo o impacto real do AE deve ser uma fração dessa recuperação, sendo, então, o objetivo central de partida deste estudo. Com esse crescimento do consumo, e tendo em vista que este impacta diretamente no Produto Interno Bruto (PIB) do país, o PIB do 3ºT de 2020 teve um resultado positivo de 7,7% ante uma queda de 9,6% no 2ºT. Além disso, o AE apresenta indícios de ser um reparador da renda perdida pelos trabalhadores ou de ser a única renda de famílias. De acordo com os dados do Ipea, em agosto de 2020, cerca de 4,4 milhões de famílias tiveram como única fonte de renda o benefício recebido, com base no mês de julho de 2020. A pesquisa visa, na próxima etapa, aplicar uma metodologia específica de avaliação de impacto no programa AE para medir a contribuição do mesmo em diferentes aspectos da economia.