EXPERIÊNCIA E PROCESSO CRIATIVO: ADAPTAÇÕES PARA O FORMATO REMOTO

Resumo

Esse trabalho reflete sobre a encruzilhada “Diálogos de Experiência: A experiência como matéria para a criação artística, pedagógica e acadêmica” - modelo de encontro pensado e adaptado de modo emergencial ao formato remoto - pelo curso de Teatro-licenciatura, durante a reposição do semestre 2020.1, no qual fui bolsista pelo programa de iniciação à docência no projeto Metodologias ativas na formação de professores de teatro. Nesse modelo experimental, três professores colaboraram com uma ementa transversal que permitiu colocar em relação estudantes de diferentes semestres num mesmo tempo-espaço virtual. O objetivo foi investigar o sentido de experiência a fim de situar as fronteiras entre o público e o privado, o universal e o local, o identitário e o singular, o individual e o coletivo. Partindo do exame sobre as performatividades de si, sobre como as elaboramos publicamente e como nos compomos com elas, e ao refletir sobre epistemologias diversas (Foucault, Benjamin, Sibilia, Mbembe, Larossa, bell hooks) o debate orientou-se sobre a experiência que se converte em saber. Com mais de sessenta alunos inscritos, a proposta metodológica dialogou diretamente com a perspectiva da sala de aula invertida: divisão grupos de trabalho (Whatsapp) para a troca de referências (textos, documentos, pinturas, vídeos e etc) e questões disparadoras para a criação de diálogos e de obras que seriam produzidas em casa, compartilhados via e-mail ou drive. Os encontros-aulas, no formato de diálogos e comentários de aprofundamento em relação aos materiais previamente estudados e produzidos, aconteciam na plataforma Meet, com frequência quinzenal. A avaliação dessa proposta nos faz questionar os modos de operar aos quais estamos habituados principalmente no que diz respeito ao aproveitamento dos tempos, dos materiais de estudos, dos ritmos de aprendizagem e das tecnologias disponíveis conforme as experiências e contextos específicos de cada envolvido.