EXTINÇÃO DA CORREÇÃO MONETÁRIA EM EMPRESAS DO RAMO ALIMENTÍCIO LISTADAS NA B3: IMPACTOS ECONÔMICO-FINANCEIROS DO PERÍODO DE 2007 A 2020

Resumo

A Contabilidade é uma ciência que busca fornecer informações fidedignas, relevantes e úteis à tomada de decisões aos seus usuários, conforme evidenciado no CPC 00. No entanto, com o fim da obrigatoriedade da realização da correção monetária de balanço, em 1995, a qualidade dessas informações pode ter sido afetada, posto que as empresas brasileiras deixaram de registrar os efeitos inflacionários sobre o seu patrimônio, em virtude da estabilização da moeda e o sucesso do Plano Real, em 1994. Entretanto, desde então, os índices inflacionários acumularam 172,89% (IBGE, 2020), constituindo, portanto, uma variação significativa sobre o poder aquisitivo da moeda. Nesse viés, este trabalho tem por objetivo identificar o grau de impacto que a ausência da correção monetária trouxe sobre as demonstrações financeiras das empresas do setor alimentício listadas na B3, por este setor ter sido o de maior sensibilidade inflacionária em 2020, com 11,58% (IBGE, 2020). A pesquisa foi realizada, nas demonstrações financeiras das empresas do ramo estudado, no site da Comissão de Valores Mobiliários, entre 2007 a 2020 - período que compreende as alterações trazidas pela Lei nº 11.638/2007 sobre as demonstrações contábeis. -, sendo coletadas 23 empresas do setor não-cíclico, aplicando-se a correção monetária das demonstrações, pelo Nível Geral de Preços, por esta ser a que mais se encaixa entre as informações disponíveis para os cálculos. A CM das demonstrações, será feita uma análise de indicadores econômicos, como ROI e ROE, para identificar o possível impacto inflacionário sobre as demonstrações. Os resultados parciais indicaram que a correção monetária gerou uma variação negativa de 2% a uma variação positiva de 4%, no Patrimônio Líquido das empresas estudadas.