MONITORES EM MEDIAÇÃO ATIVA NO DESAFIO DE PRÁTICAS DIALÓGICAS COM ENSINO REMOTO

Resumo

A pandemia COVID 19, desde o início, trouxe o ensino remoto como alternativa à continuidade do trabalho na Universidade. Esta situação desafiou a realização de abordagens dialógicas, muito voltadas ao presencial na construção de saberes e práticas. Trata-se de reportar a experiência de uma disciplina da Saúde Coletiva que, partindo da colaboração docência-monitoria-estudantes, encontrou condições de possibilidade de manter coerência com os pressupostos da educação dialógica, no ensino remoto, em superação à suspensão abrupta das atividades presenciais. O plano da disciplina foi atualizado, em encontros virtuais, com nove participantes da docência-monitoria que, simultaneamente cumpriram formação para a utilização de ferramentas remotas. O redesenho da disciplina contemplou uma estratégia, em dupla mão, articulando a docência-monitores-estudantes, na pactuação, acompanhamento e avaliação das atividades. Os estudantes, sob a tutoria de monitores, alternaram momentos de dispersão, em seis grupos de até sete pessoas e, de concentração de todos os grupos, sob coordenação docente, nos quais ocorriam os movimentos de sistematização/encaminhamentos ou apresentação de resultados, produzidos tanto de modo assíncrono, em relação à docência e monitores, quanto síncronos em relação à monitoria. Monitores atuaram, em mediação ativa, com estudantes assumindo o protagonismo na produção de resultados de processo. Os resultados incluíram a adesão significativa, sistematizações e reflexividade, em apresentações de grupos, relatos individuais, planos de cuidado, aplicação de formulários online, sínteses da literatura e avaliação da disciplina. Ademais, destacou-se a adesão de 36 estudantes, ainda que a duração dos encontros tenha excedido expectativas, face ao tempo remoto em outras disciplinas. Concretizaram a possibilidade de práticas dialógicas mesmo que limitadas à virtualidade dos encontros.