O PAPEL DA MONITORIA DE SEMIOLOGIA NA FORMAÇÃO DA EMPATIA COMO HABILIDADE CLÍNICA

Resumo

A partir do conhecimento das dificuldades e da importância do estabelecimento de uma relação médico-paciente (RMP) satisfatória, este estudo teve por objetivo incitar metodologias de ensino da empatia como habilidade clínica fundamental para o desenvolvimento de graduandos desde o quarto semestre da faculdade de Medicina, quando cursam a disciplina de Semiologia e têm o primeiro contato com pacientes, instrumentos e pilar de nossa formação. Foram realizadas entrevistas qualitativas semiestruturadas via questionário online com 27 acadêmicos, mediante disponibilidade destes, dentre os quais a grande maioria já estava no ciclo do internato (70.4%). Os aspectos percebidos como prejudiciais para o desenvolver de uma relação médico-paciente foram principalmente: falta de privacidade, dificuldades de comunicação e dificuldade de entender o contexto atual do paciente, seus comportamentos e escolhas. A grande maioria dos alunos definiu empatia como a capacidade de colocar-se no lugar do outro, mesmo não tendo vivenciado sua situação, e classificaram-na como essencial para o estabelecimento de uma RMP satisfatória. 85.2% dos alunos acreditam que a empatia pode ser ensinada, 100% dos alunos tiveram alguma abordagem acerca do tema durante a graduação, porém apenas 7.4% consideram-se muito satisfeitos com esta. Conhecendo sobre as funções e o intuito das monitorias, os discentes propuseram troca de experiências, exemplos e prática da Medicina Centrada na Pessoa - destacando o acrônimo SIFE - como principais tópicos de abordagem e ensino da empatia durante as monitorias de semiologia. Conclui-se que ainda há muito a ser discutido sobre o ensino-aprendizagem e estabelecimento de tais habilidades clínicas, tendo a monitoria um papel importante como porta de entrada tanto para abordagem precoce com graduandos no início do ciclo clínico, como para estudos subsequentes de habilidades de comunicação e desenvoltura destes (alunos e monitores).