PANDEMIA E EDUCAÇÃO: NOTAS CRÍTICAS A PARTIR DA FILOSOFIA DA PRÁXIS

Resumo

O presente trabalho busca, a partir da filosofia da práxis, refletir sobre o período pandêmico no país objetivando analisar as contradições enfrentadas no âmbito educacional. As medidas de precaução contra o vírus da Covid-19 promoveram novas dinâmicas sociais que destacaram a desigualdade e as contradições que permeiam a educação brasileira, acentuando-as e possibilitando um maior panorama crítico sobre o (des)projeto de educação para as classes subalternas. Utilizamos como metodologia pesquisa teórico-bibliográfica de autores como Gramsci (1999), Sousa (2014), Tonet e Lessa (2008); observação e acompanhamento dos discentes por meio da produção de resumos e autoavaliações. Os objetivos são compreender como os alunos, a partir das discussões em aula e das categorias colocadas à luz da filosofia da práxis, refletem essas novas contradições ocasionadas pela pandemia do novo coronavírus. Problematizar as diversas ideologias dominantes e como esses discursos burgueses ganham novas gradações socioculturais durante a pandemia. Os resultados a partir dos referenciais teóricos e da prática em aulas constataram a articulação entre os fundamentos da Filosofia da Práxis com as contradições experienciadas pelos docentes e discentes durante a pandemia. Os sujeitos, ao compreenderem o movimento dialético da própria realidade, desenvolveram novos apontamentos críticos sobre a sociedade por meio de uma compreensão mais ampla da totalidade, como um movimento de constantes contradições, especialmente com as novas demandas durante a pandemia. Concluímos que a apropriação da filosofia da práxis pelos discentes promoveu uma compreensão sociológica mais ampla, partindo das contradições do real com especial atenção ao momento pandêmico. Assim, os estudantes foram dirigidos a uma visão mais crítica e práxica da realidade como afirma Sousa (2014), articulando uma visão de totalidade sócio-histórica entre pandemia, educação e capitalismo que possibilita vislumbrar práticas emancipadoras.