"PARQUE INDUSTRIAL" DE PATRÍCIA GALVÃO: GEOGRAFIAS DE UM ROMANCE PROLETÁRIO

Autores

  • Beatriz Santos de Souza
  • Tiago Vieira Cavalcante

Resumo

Com o advento da industrialização o espaço urbano vislumbrou um desenvolvimento econômico, político e social. Para entender os diferentes processos que a circundam contamos com a contribuição da Geografia das Indústrias. Entretanto, a Literatura, que desde 1970 vem sendo inserida com mais vigor nos estudos geográficos se mostra também capaz de explorar os mesmos processos que envolvem a indústria. Relacionando a Geografia e a Literatura, propomos uma análise geoliterária capaz de explorar, de maneira mais sensível, as diferentes facetas que envolvem alguns momentos da industrialização nos escritos literários. Nos anos de 1930 o Brasil vivenciava a Era Vargas (1930 – 1945) e a industrialização crescia no país, principalmente no estado de São Paulo. Foi neste período que Parque Industrial (1933) foi publicado por Patrícia Galvão que era escritora, poeta, desenhista, musa do Movimento Modernista, romancista e ativista política que em dado momento de sua vida se filiou ao Partido Comunista Brasileiro – PCB e seguiu fielmente o lema “proletarizar-se!” Parque Industrial retrata a vida das operárias do bairro do Brás em São Paulo. A partir da leitura do romance e relacionando à diferentes autores, foi possível identificar diferentes geografias que compõem a trama, sendo a condição feminina (o ser mulher) o elemento que envolve os demais que partem do trabalhar, habitar e lutar. Patrícia Galvão, com sua escrita de denúncia e toques femininos nos permitiu (re)interpretar parte de um Brasil que vivenciava o avanço industrial a partir das vivências do operário, a voz que fala a obra, fazendo uso de um olhar geográfico mais sensível.

Publicado

2021-01-01

Edição

Seção

XXIX Encontro de Iniciação à Docência