PREVALÊNCIA DE TRANSTORNOS DEPRESSIVOS EM PACIENTES PORTADORES DE DOENÇAS INFECTOCONTAGIOSAS INTERNADOS EM SERVIÇO DE REFERÊNCIA EM FORTALEZA-CE
Resumo
Introdução. Até 50% dos portadores de infecção por HIV são portadores de transtornos depressivos. Esta comorbidade correlaciona-se a pior prognóstico da doença, prejudica a adesão ao tratamento e aumenta a letalidade. Objetivos. Avaliar a prevalência de sintomas de transtorno depressivo em pacientes portadores doenças infecto-contagiosas internados em hospital de referência em Fortaleza-CE. Metodologia. Avaliaram-se 21 pacientes adultos internados no Hospital São José de Doenças Infecciosas (13 homens e 8 mulheres, média de idade = 42,52 anos). Desses, 42,85% (9) apresentam diagnóstico de retrovirose ou SIDA. A prevalência de transtornos depressivos foi estimada utilizando os critérios diagnósticos do DSM-V (Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais 5.ª). Apresentaram sintomas de transtornos depressivos 66% (14) dos pacientes; 33,3% (7) com critérios para diagnóstico de depressão maior (TDM). Daqueles com retrovirose, 44% (4/9) apresentaram critérios clínicos de TDM, todos (4) diagnosticados com SIDA Não houve predomínio por sexo. Os sintomas depressivos mais frequentes foram tristeza, culpabilidade, irritabilidade e anedonia. Discussão. TDM é doença psiquiátrica comum e subdiagnosticada em portadores de SIDA.3,4 Neuroinflamação crônica, mudanças neuroendócrinas induzidas por estresse, sinalização da neurotransmissão aberrante e humor deprimido podem se relacionar a estes transtornos. Modelos pré-clínicos relacionam os altos níveis das citocinas a alterações glutamatérgicas e nas vias monoaminérgicas nas regiões corticais e subcorticais do cérebro desses pacientes. Pelo menos um terço dos pacientes acometidos por transtornos do humor não são reconhecidos como tais por seus médicos pela semelhança a manifestações de suas doenças orgânicas.6 Conclusão. Há necessidade de um olhar cuidadoso para esses pacientes a fim de diagnosticar doenças psiquiátricas graves, otimizar a adesão ao tratamento e melhorar o prognóstico desses indivíduos.Publicado
2021-01-01
Edição
Seção
XXIX Encontro de Iniciação à Docência
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