PROJETO MANÍ - O TRATAMENTO DA MANIPUEIRA ATRAVÉS DE UM SISTEMA DE FILTROS SUSTENTÁVIES

Resumo

O Nordeste é conhecido por sua regionalidade e preservação de tradições. Um exemplo dos traços dessa cultura são as casas de farinha que permanecem em atividade. O Ceará é referência nesses estabelecimentos, mas com a sazonalidade da mandioca, a produção é instável, afetando a renda de quem depende desse trabalho. Há também impacto negativo no meio ambiente, já que a mandioca precisa ser prensada e gera um efluente (manipueira) tóxico, pois contém cianetos. Frequentemente descartada de forma incorreta, a manipueira contamina solos e lençóis freáticos, atingindo o meio ambiente e as pessoas, dificultando a agricultura e poluindo a água. O time Enactus UFC, projeto de extensão universitária pautado no empreendedorismo social e nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, montou o projeto Maní, objetivando mitigar o impacto na renda devido à sazonalidade da mandioca e a poluição causada pela manipueira. A equipe trabalhou junto a uma casa de farinha na localidade de Curimatã, zona rural do município de Pacajus-CE. Lá foi constatado que havia problemas com o descarte do efluente, que era despejado diretamente no solo, sem tratamento, além da grande oscilação de renda das pessoas. As atividades iniciaram por avaliar a aceitação da comunidade quanto à produção de subprodutos da manipueira, até se chegar na definição de um molho de pimenta como produto a ser desenvolvido. De início, foram produzidas algumas unidades, que foram comercializadas na intenção de validar o produto economicamente. Simultaneamente, o Sistema de Tratamento da Manipueira (STM) era desenvolvido para o tratamento do efluente. O primeiro modelo foi construído e está em processo de validação com um filtro de coco, que busca diminuir custos de manutenção. Assim, o efluente tratado pelo STM é armazenado e utilizado na produção do molho. Assim, o projeto busca melhorar a vida nas casas de farinha, diminuindo o impacto da manipueira no ambiente.