Interprofissionalidade no atendimento ao público infantojuvenil - Relato de experiência

Resumo

O cuidado em Saúde Mental, bem como as Políticas de Saúde no Brasil, foram marcados por uma atuação centrada na doença, denominada modelo médico-hegemônico. Com os movimentos de Reforma Psiquiátrica e Reforma Sanitária o conceito de saúde e as práticas deste campo foram se atualizando para um cuidado mais integral, processo esse que permanece em constante movimentação. Nesse contexto, o trabalho interprofissional ganhou espaço, possibilitando um cuidado holístico, compartilhado e colaborativo. Assim sendo, objetiva-se relatar a experiência vivenciada pelas monitoras do PET-Saúde Interprofissionalidade nos atendimentos interprofissionais ao público infantojuvenil do CAPS II Damião Ximenes Lopes. Os atendimentos ocorreram nas segundas e nas quartas-feiras desde agosto de 2020, realizados por profissionais de Psicologia, Educação Física, Serviço Social, Terapia Ocupacional, Psiquiatria e Psicopedagogia. Neste cenário, os pacientes são avaliados individualmente pela equipe do CAPS e, os casos mais complexos, direcionados ao atendimento interprofissional, como casos que envolvam situações de abrigamento, violência, tentativa de suicídio. Do início até o momento foram acompanhados 19 casos. Durante as observações, as monitoras perceberam desafios na prática interprofissional, tais como casos sem perfil para a modalidade, resistência com a prática colaborativa e dificuldade de dar assistência integral às necessidades dos pacientes. Isso pode se dar por falta de determinadas categorias profissionais no serviço e pela tradicional atuação uni e multiprofissional. Todavia, este fluxo vem sendo importante para a evolução dos usuários, pois com o olhar múltiplo e a construção do plano terapêutico voltado às especificidades de cada caso, torna-se uma potente ferramenta para o cuidado integral.