Mielolipoma: Relato de Caso

Autores

  • Luis Eduardo Oliveira Matos
  • João Paulo Pereira Cunha, Ariane Butke Brandt, Vinícius Dilamário, Keven Ferreira da Ponte
  • Paulo Roberto Lacerda Leal

Resumo

INTRODUÇÃO: Os lipomas não-disráficos da medula espinhal constituem menos de 1% das lesões espinais. O diagnóstico geralmente é feito em crianças, sem predileção por sexo. Neste trabalho, é apresentado um caso de mielolipoma. APRESENTAÇÃO DO CASO: Mulher, 20 anos, internada com paraparesia progressiva iniciada há dois meses. A ressonância magnética (RM) evidenciou lesão expansiva intradural, com compressão da medula torácica (T7-T8), hiperintensa em T1/T2 e hipointensa em T2 com saturação de gordura (T2 FAT). Em uma visão axial, o canal vertebral foi afetado em > 75% de sua área. A biópsia revelou a presença de células adiposas maduras, confirmando o diagnóstico de mielolipoma. Foi realizada ressecção cirúrgica parcial devido à ampla aderência de estruturas nervosas, resultando em descompressão espinhal importante. Houve melhora neurológica completa sem complicações pós-cirúrgicas. DISCUSSÃO: O mielolipoma é um tumor incomum da medula espinhal, geralmente diagnosticado em crianças. A hipótese mais aceita de sua origem determina uma associação com defeitos na neurulação durante a embriogênese. Pacientes com mielolipoma geralmente apresentam déficits neurológicos secundários ao efeito de massa, com apresentação clínica sutil e rápida disfunção neurológica após longo período de crescimento tumoral indolente. As manifestações clínicas incluem dor, paraparesia e parestesias, variando de acordo com o tamanho e a localização da lesão, comumente na medula espinhal cervical ou torácica. A RM é o exame mais sensível para o diagnóstico. O tratamento varia de métodos conservadores, como dietoterapia, até a remoção cirúrgica agressiva do tumor. O prognóstico dos pacientes tratados cirurgicamente é satisfatório. Remissões tumorais não foram relatadas. CONCLUSÃO: Embora raros, principalmente em adultos, os mielolipomas devem ser conhecidos, por serem bem detectados na RM, possuírem abordagem cirúrgica eficaz e, se não tratados, evoluírem com piora neurológica súbita.

Publicado

2021-01-01

Edição

Seção

XXIX Encontro de Extensão