VOLTANDO O OLHAR PARA O SUJEITO EM SOFRIMENTO: OS DESAFIOS DO MATRICIAMENTO EM SAÚDE MENTAL

Autores

  • Raiza Lopes Pires
  • Camilla Araujo Lopes Vieira

Resumo

Os cuidados em Saúde Mental ainda são considerados desafios à Atenção Primária em Saúde, apesar da implantação, a partir de 2008 (portaria nº 154/2008), dos Núcleos de Apoio à Família (NASF) que têm como principal ferramenta o apoio matricial e buscam cooperar e alinhar suas práticas com os profissionais das Equipes de Saúde da Família dos territórios. Buscamos identificar os desafios encontrados no estabelecimento do apoio matricial em saúde mental nas Unidades de Saúde da Família. Esse trabalho surge a partir do Ação de Matriciamento do Laboratório Clínica, Sujeito e Políticas Públicas (CLIPSUS) que faz atividades junto às equipes matriciadoras dos territórios da cidade de Sobral, no entanto devido a pandemia da COVID-19 e as normas de isolamento social as atividades foram suspensas e voltadas para pesquisa. Realizando uma pesquisa a partir da base de dados Scielo, considerando os descritores Apoio Matricial e Atenção Primária, bem como os descritores Apoio Matricial e Saúde Mental, encontramos 3 e 24 artigos respectivamente, selecionamos 5 artigos que correspondiam ao período de 2018 a 2020. Identificamos que ainda há dificuldade na implantação das noções de interconsulta devido ao engessamento das práticas profissionais voltadas à clínica individualizada. Ademais, há dificuldade na implantação dos Projetos Terapêuticos Singulares (PTS) visto que poucos profissionais se engajam nas práticas articuladas. Além disso, destacou-se uma falta na formação e capacitação dos profissionais, dificultando as relações de integração dentro da equipe e da equipe com a gestão. Concluímos que é necessário um maior investimento nos profissionais e nos espaços que os dispositivos ocupam a partir de capacitações, planos de carreira e melhor infraestrutura de trabalho, para que dessa forma, aumente a resolutividade do apoio matricial nos territórios, possibilitando uma maior qualidade assistencial às pessoas em sofrimento e o fortalecimento dessa prática.

Publicado

2021-01-01

Edição

Seção

XXIX Encontro de Extensão