A causalidade entre corrupção e crescimento econômico na América do Sul no período de 2002-2018: uma análise de dados em painel
Resumo
Na literatura, prevalece o consentimento de que a corrupção governamental influencia negativamente no crescimento econômico dos países. Sodré (2014), Yunan e Andini (2018) e Chetwynd et al (2003) apontam, por exemplo, que a corrupção afeta fatores de governança e de crescimento, que acabam levando a sérios problemas socioeconômicos. Por outro lado, pode ocorrer o exato oposto, quando a corrupção vem incentivar o empreendedorismo e novas fontes de renda, acarretando assim no crescimento econômico. Com isso em vista, o presente trabalho tem por objetivo investigar a relação de causalidade de Granger entre corrupção e crescimento econômico em um painel formado pelo Brasil e outros 7 países sul-americanos, a partir da metodologia desenvolvida por Dumitrescu e Hurlin (2012). O referido teste, além de ser recente, leva em consideração a heterogeneidade dos indivíduos do painel, mas, antes de implementá-lo, foi preciso aplicar testes de raiz unitária, para averiguar a estacionariedade das séries. Como medida do crescimento econômico, é utilizada a taxa de crescimento do PIB. Já como proxy da corrupção, são empregados dois indicadores, sendo esses o Índice de percepção da corrupção (CPI) – da transparência internacional – e o Controle da corrupção (estimativa) – do Banco Mundial. Os resultados apontam que, nos países estudados, corrupção não causa crescimento econômico. Por outro lado, foi observado uma causalidade unidirecional, onde a taxa de crescimento do PIB causa CPI. Isso pode decorrer do fato de que, em um país que observa maior crescimento, a corrupção tende a diminuir, e o inverso ocorre quando o crescimento é negativo.Publicado
2021-01-01
Edição
Seção
XXIX Encontro de Iniciação à Docência
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