BLOQUEIO ATRIOVENTRICULAR TOTAL AUTOIMUNE EM PACIENTE INTERNADO EM UMA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA DO INTERIOR DO CEARÁ: UM RELATO DE CASO

Autores

  • Pedro Henrique Marciel Castro
  • Camila Teles Novais
  • Jose Ronaldo Vasconcelos Dagraca

Resumo

INTRODUÇÃO: Bloqueio atrioventricular (AV) total é definido como bradiarritmia, com ritmo idioventricular de escape, fixo e dissociado da atividade atrial. Esta tem frequência maior que a ventricular e nenhum estímulo atrial despolariza os ventrículos. A maioria dos casos relaciona-se a fibrose idiopática e esclerose do sistema de condução (50% dos casos) e a doença isquêmica (40%), sendo as causas autoimunes pouco conhecidas. Devido isso, relatamos aqui um caso de BAVT autoimune em uma paciente do interior do Ceará. CASO CLÍNICO: R.A.P.O., feminino, 27 anos, portadora de artrite reumatoide, iniciou dor torácica de início súbito, em aperto, intensa, persistente, que irradiava para membros superiores e dorso, associada a dispneia, náuseas e vômitos. Procurou atendimento médico na cidade de origem, sendo realizado ECG e analgesia. Após melhora do quadro de dor, a paciente foi liberada. Quatro dias após o início do quadro, evoluiu com sintomatologia semelhante, sendo levada ao hospital de origem, onde foi encaminhada ao HRN, e após, para a UTI do hospital do coração. Apresentava ao exame físico bradicardia (36 ipm) e hipotensão. Realizou ECG, que evidenciou BAVT. Foi então iniciado dobutamina, noradrenalina e prednisona 60 mg/dia. No quarto dia em uso de prednisona, apresentou melhora no padrão eletrocardiográfico, que agora evidenciava um bloqueio atrioventricular de 1° grau. Após estabilização clínica, paciente teve alta hospitalar. DISCUSSÃO: O BAVT está entre as arritmias mais frequentes, acometendo principalmente a população mais idosa. Seu diagnóstico é feito a partir do estudo eletrocardiográfico e seu tratamento depende da etiologia, sendo realizado em grande parte dos casos o implante de marca-passo. CONCLUSÃO: Ainda pouco se sabe sobre a etiologia autoimune dos BAVTs, sendo necessário maiores estudos a fim de diagnosticar e melhorar a terapêutica, evitando a necessidade de tratamentos invasivos, que apresentam maiores riscos de complicações.

Publicado

2021-01-01

Edição

Seção

XXIX Encontro de Iniciação à Docência