O Jogo da Eleição

Resumo

Durante o período eleitoral, os eleitores se defrontam com inúmeros candidatos e, quando agem de forma racional, procuram eleger aqueles que os representam melhor, e no mandato, venham a realizar políticas públicas que melhorem o bem-estar da população. Porém, quando eleitos, existe a possiblidade de os agentes se tornarem corruptos, ocasionando assim a diminuição de bem estar da sociedade. Pensando nisso, esse estudo vai procurar entender quais são os fatores que levam a população a votar em um candidato corrupto e entender o que leva os agentes, quando eleitos, a realizarem tais práticas. A fundamentação teórica que irá embasar as escolhas estratégicas dos agentes será a Teoria dos Jogos em um ambiente de incerteza. Isto significa que os eleitores não têm certeza quanto à natureza do candidato e sua forma de agir caso eleito, possuindo apenas uma crença prévia de sua natureza. Mesmo não possuindo informações completas sobre o jogo, é possível analisá-lo. Para isso, será utilizado o método de Equilíbrio de Nash Bayesiano. Após análise, é possível constatar que os candidatos que têm tendência maior a serem corruptos, tendem a não serem eleitos. Este resultado não pode ser visto de forma majoritária, uma vez que há heterogeneidade de instituições entre os países. O resultado se adequa melhor a países desenvolvidos, enquanto países em desenvolvimento tendem a ter um índice de corrupção elevado. O que podemos concluir a respeito disso é que, em países ditos como desenvolvidos, por possuírem os indicadores socioeconômicos elevados, possuem uma visão mais crítica em relação à política, o que contribui para leis e instituições mais severas em combate à corrupção, tornando menos atrativo condutas ilícitas para os candidatos. Em países em desenvolvimento, por ter déficit em políticas públicas, índices de analfabetismo e desemprego elevado, o eleitorado tende a acreditar mais em candidatos populistas, que tendem a tomar conduta corrupta para concretizar suas propostas.