SAÚDE COLETIVA E PSICANÁLISE: POSSIBILIDADES PARA AS PRÁTICAS EM SAÚDE MENTAL NO CONTEXTO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA
Resumo
Este trabalho objetiva refletir sobre as possibilidades de atuação fundamentada em uma compreensão psicanalítica no contexto da Atenção Primária a Saúde (APS). Trata-se de uma pesquisa de revisão bibliográfica realizada a partir da inserção de uma psicóloga em um Programa de Residência Multiprofissional em Saúde da Família e Comunidade. Para atuação do psicanalista em instituições, retomam-se as recomendações de Freud sobre as técnicas fundamentais de sua teoria. Na APS, o psicanalista poderá oferecer a escuta de questões inconscientes, de modo que o sujeito possa se implicar em seu adoecimento e elaborar suas angústias. Além de atendimentos individuais, propõem-se a realização de interconsultas e atividades de promoção e prevenção em saúde mental. Nesses espaços, pode-se disparar a compreensão de que nem sempre os sintomas correspondem a disfunções orgânicas, sendo indispensável promover o acolhimento da fala do usuário. A prática psicanalítica na APS resgata a discussão da complexidade do sofrimento psíquico, estimulando o entendimento de que este é multideterminado e possui aspectos relacionais e sociais, conscientes e inconscientes, com demandas que podem ser dirimidas no campo da saúde e outras que precisam ser apropriadas pelos usuários, deslocando a implicação deles aos seus processos de cuidado. Através do acolhimento das demandas, de suas interrogações, via espaços de escuta mobilizados no cotidiano da Unidade Básica de Saúde, juntamente com o estabelecimento do vínculo transferencial, a equipe é capaz de favorecer um cuidado pautado nas bases da Reforma Psiquiátrica e da Clínica Ampliada, rompendo com estereótipos que não contribuem para a melhoria das condições de vida dos usuários.Publicado
2021-01-01
Edição
Seção
XIII Encontro de Pesquisa de Pós-Graduação
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