ALGUMAS CONSIDERAÇÕES ACERCA DO SILENCIAMENTO PRODUZIDO PELO DIAGNÓSTICO DO AUTISMO.

Autores

  • Paulo James Araújo Lopes
  • Annael Lucas Gomes Bezerra
  • Luis Achilles Rodrigues Furtado

Resumo

Trilhar um diagnóstico sobre autismo é, também, agir de modo político (Machado & Drummond, 2013; Santos, Machado, & Domingues, 2020), pois, muitas vezes, é a partir disso que serão trabalhadas demandas do sujeito autista (Santos et al., 2020). Em contrapartida, há diagnósticos que observam o autista como objeto de segregação, a qual esmaece o caráter subjetivo do mesmo (Machado & Drummond, 2013; Santos et al., 2020). Esse trabalho objetiva efetuar uma revisão bibliográfica de produções científicas a fim de levantar algumas considerações sobre diagnósticos de autismo e suas implicações para o sujeito. Realizamos pesquisas em livros, bibliotecas virtuais de universidades, além das plataformas SciELO e PePSIC, reunindo materiais que apresentassem consonância à temática, sobre autismo, diagnósticos, subjetividade e Psicologia. Os estudos demonstraram diagnósticos que ditam normas que enquadram o autista em um mundo de significações (Thomas, 2013), silenciando-os como “aqueles que são incapazes de dizer” (Santos et al., 2020). A dimensão que leva a uma conjuntura de hiperdiagnóstico precoce medicamentalização da infância é determinada por fatores ideológicos, políticos e econômicos (Furtado, 2011). Como possibilidades de cuidado, destaca-se a perspectiva do autista como sujeito, sendo ele o guia para a intervenção (Drapier, 2012). As estratégias de tratamento devem seguir, portanto, para além do condicionamento pautado em protocolos pré-estabelecidos, utilizando de brincadeiras, jogos, escrita e demais instrumentos que permitam a inscrição do sujeito em ato (Drapier, 2012; Machado & Drummond, 2013), considerando suas potencialidades e singularidades em processo de constituição (Santos et al., 2020).

Publicado

2021-01-01

Edição

Seção

XXXIX Encontro de Iniciação Científica