A clínica analítica do autismo e outros saberes: Permeabilidade e capilaridade.

Autores

  • Annael Lucas Gomes Bezerra
  • Luis Achilles Rodrigues Furtado

Resumo

O que hoje entendemos como Transtorno do Espectro Autista (TEA) é fruto de uma extensa batalha política, que extrapola o campo da ciência (LAURENT, 2013). É neste contexto que, diferentes práticas terapêuticas procuram se consolidar no tratamento deste controverso “transtorno do neurodesenvolvimento” (AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION, 2014). Entre hipóteses diversas, esbaramos em dois tipos de práticas, a saber, ortopédicas e de cuidado. Tais, representadas, em uma generalização, pelas clínicas cognitivas-comportamentais e psicanalíticas, respectivamente. Deste modo, surge uma disputa, um jogo de soma zero, no qual define-se uma única forma de tratamento. Tais considerações suscitam a questão: Qual o espaço das práticas psicanalíticas com sujeitos diagnosticados com o TEA e como elas se relacionam com outros saberes. Tal objetivo é contemplado a partir de uma revisão bibliográfica, tomando os marcadores “autismo”, “psicanálise” e “tratamento”. Para tal, foi efetuada uma busca nas plataformas Scielo e Pepsico, com 19 artigos selecionados, publicados nos últimos cinco anos. Prezando por material que se destina ao contexto nacional. No que diz respeito aos resultados, com o decorrer de sua elaboração, espera-se encontrar uma cisão entre os saberes que abordam a temática, ainda que seja notável a influência histórica da psicanálise, que sofre uma repetida tentativa de supressão (MALEVAL, 2017). Destarte, a interdisciplinaridade permite transformações únicas no contexto da saúde, e a desta forma a permeabilidade do saber analítico, em uma íntima relação com outros saberes, insere no tratamento do TEA um novo aspecto clínico, permitindo novas trocas, principalmente no que se distingue a práxis dos profissionais da saúde. Portanto, entender as redes de saberes e os diálogos é construir um panorama do cuidado ao sujeito com o diagnóstico de TEA, e consequentemente, entender os impasses políticos, metodológicos e epistemológicos que abrange tal área.

Publicado

2021-01-01

Edição

Seção

XXXIX Encontro de Iniciação Científica