O ato analítico na clínica com sujeitos autistas: O ensino de Jacques Lacan articulado ao caso Marie-Françoise de Rosine Lefort

Autores

  • Maria de Fátima Do Nascimento Rodrigues
  • Bárbara Cristina Cutrim Barros, Paulo James Araújo Lopes, Maria Vitória Silva Ripardo
  • Luis Achilles Rodrigues Furtado

Resumo

O presente trabalho compõe uma pesquisa maior, financiada pela Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico – FUNCAP, intitulada “Ato, desejo do psicanalista e nominação na clínica e no trabalho institucional com sujeitos autistas”, nele nos propomos a pensar como se dá o ato psicanalítico na clínica com sujeitos autistas, para isso, articularemos as formulações de Jacques Lacan ao caso clínico de Marie-Françoise, criança autista de 30 meses atendida por Rosine Lefort. A fim de investigar a noção de ato psicanalítico faremos um retorno ao ensino de Lacan, tendo como foco o seminário sobre O ato psicanalítico (1967/1968), conceito inaugurado por ele e que se torna fundamental para pensar a posição do analista e o direcionamento de qualquer análise, uma vez que, o ato psicanalítico possui a dimensão de um corte estruturante que convoca o analisante a sair da posição de objeto do Outro e assumir a posição de sujeito, todavia, só se faz possível uma vez que o próprio analista, na posição de analisante, tenha feito esse percurso em sua análise pessoal. Para demonstrar como se dá o ato analítico na clínica com sujeitos autistas nos apoiaremos no testemunho de Rosine Lefort em seu atendimento a Marie-Françoise, tendo em vista que a posição sustentada por ela como analista se dá como resultado de seu próprio processo de análise. Por fim, esperamos aprofundar nossas discussões sobre a temática e abrir espaço para que novos diálogos sejam possíveis no que diz respeito ao tratamento de sujeitos autistas.

Publicado

2021-01-01

Edição

Seção

XXXIX Encontro de Iniciação Científica