Perspectivas de gênero e psicanálise: Um debate possível?
Resumo
O atual debate sobre sexo e gênero em um contexto brasileiro de conservadorismo e de prerrogativas que supõem a existência de uma ideologia de gênero, principalmente, em uma perspectiva distorcida da proposta sobre educação sexual para crianças e adolescentes em idade escolar, aponta uma certa confusão e desconhecimento acerca dos termos e põe como questionamento as formas de socialização destes. Diante desse quadro, temos por aspiração estudar as formas pelas quais o conceito de gênero, suas implicações políticas e teóricas, se articulam à teoria psicanalítica e aos analistas. O requerido trabalhou utilizou, enquanto metodologia, uma revisão bibliográfica de textos redigidos por psicanalistas que tinham como tema central os estudos de gêneros atrelados à psicanálise. Todos foram encontrados na plataforma Scielo por via das palavras de busca: gênero e psicanálise; e o critério de seleção foi definido mediante a leitura dos textos, sendo escolhidos aqueles que melhor se encaixavam na proposta de trabalho. O encontro com esses artigos diz da pertinência política das discussões em torno do gênero, enquanto representante do âmbito cultural determinador de identidades e estabelecedor de uma cisão entre um demarcador, até então, único, da esfera do biológico, o sexo. Nas conclusões parciais, verificamos o quanto a psicanálise, desde seu aparecimento, preocupou-se com questões atuais e com pressuposições que tendessem ao rompimento de medidas e conceitos arbitrários, mesmo que posteriormente tenham vindo a cair, em algumas formulações teóricas de tradição freudo-lacaniana, nos binarismos feminino/masculino, homem/mulher, etc. Por conseguinte, podemos afirmar que a psicanálise tem um devir político de escuta dos sujeitos e uma potência subversiva, significativos para o estabelecimento e a movimentação de debates no âmbito social.Publicado
2021-01-01
Edição
Seção
XXXIX Encontro de Iniciação Científica
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