Escola: entre a pandemia e a necropolítica

Resumo

A pandemia causada pela proliferação do novo coronavírus tem deixado um rastro de destruição e desamparo por todo o mundo. Os graves problemas que assolam as populações nesse cenário pandêmico perpassam a área da saúde, visto que a área da educação, especificamente no Brasil, tem enfrentado uma série de dificuldades, dada a desigualdade social que assola a população. O presente estudo objetiva uma revisão de literatura sobre a temática escola - pandemia - necropolítica. Consultou-se artigos da Scientific Electronic Library Online (SciELO) e, estudos publicados em periódicos de universidades do país, disponíveis na íntegra. Após critérios de exclusão e inclusão, permaneceram 12 artigos, lidos e analisados. Os resultados apontaram uma realidade angustiante. As diferenças entre as escolas públicas e privadas se mostraram ainda maiores. Aquelas submetidas às exigências de empresas do mercado educacional, experienciaram uma sensação de vertigem maior ao necessitar se adequar rapidamente ao contexto em que “a empresa educativa” precisa continuar a lucrar. Enquanto que para aqueles que trabalham na educação pública, a pandemia provoca uma desaceleração, sendo presente em ambas as implicações psicossociais e afetivas. Nesse ínterim, a literatura aponta que o coronavírus poderá ser uma oportunidade para desescolarizar a sociedade, principalmente os vulneráveis socioeconomicamente. Para muitos estudantes da rede pública a mesma é o dispositivo que lhes oferece as únicas refeições diárias. Nesse entremeio pandemia e necropolítica, a escola tenta permanecer e desvencilhar dos inúmeros ataques e projetos de deterioração da mesma. Portanto, embora o vírus a tenha paralisado, conferindo-lhe uma espécie de finitude temporária, também evidenciou sua importância. Posto que, se falar de morte é falar de vida, falar dos desafios e descasos da escola é também falar de suas potencialidades, valor singular e intransponível da instituição, instrumento de transformação da realidade.