O Diagnóstico Esquizofrênico de Suzanne Urban à Luz da Fenomenologia Existencial

Resumo

O presente trabalho tem como foco compreender o caso “Suzanne Urban” à luz da abordagem fenomenológica-existencial no que diz respeito ao estudo das psicopatologias. O psiquiatra Ludwig Binswanger analisou e descreveu o caso de Suzanne Urban pautado no método da compreensão do Dasein, o que levou o autor à conclusão diagnóstica de esquizofrenia para a paciente. Nesse sentido, este texto fará um esboço das possíveis contribuições da perspectiva fenomenológica-existencial, a partir das observações de Binswanger, para o entendimento do diagnóstico esquizofrênico de Suzanne Urban. Inicialmente, é evidenciado o contraste existente entre o método de diagnóstico da psiquiatria tradicional (que consiste na identificação dos sintomas e classificação destes dentro dos grupos das doenças mentais) e o da fenomenologia existencial (que não concebe o sujeito como um objeto que deve ser classificado dentro de um determinado grupo de patologias, mas como um ser de potencialidades e em constante evolução, ou seja, seu diagnóstico deve levar em conta sua história de vida e os fatores que levaram o indivíduo a experienciar o adoecimento). Em seguida, é apresentado um resumo biográfico da vida de Suzanne Urban, desde sua infância até a internação no segundo hospital psiquiátrico, quando Suzanne já era adulta. Após isso, o diagnóstico esquizofrênico de Suzanne é explicado a partir da perspectiva fenomenológica existencial. Para isso, são realizadas análises entre a história de vida da paciente e a evolução dos sintomas da doença, assim como, as mudanças no dasein e no modo de experienciar o mundo. Finalmente, com base nos estudos de Binswanger, é possível conceber a esquizofrenia como o diagnóstico de Suzanne Urban, pois os sintomas (delírios de perseguição), a evolução da doença e a deflagração (o domínio do tema de pavor sobre o Dasein) são suficientes para a confirmação do diagnóstico.