Conhecimento de estudantes dos semestres inicias do curso de medicina da Universidade Federal do Ceará Campus Sobral acerca das doenças raras, genéticas e da especialidade em genética médica

Resumo

Introdução: Quando uma condição afeta poucas pessoas em relação ao todo, ela é chamada de doença rara, a qual geralmente é crônica, sem cura e genética, visto o domínio de casos influenciados pela passagem hereditária de defeitos no DNA. Dada a pequena ocorrência, os diagnósticos dessa categoria podem ser difíceis. Assim, para medir quanto os estudantes de medicina, futuros responsáveis pela conduta clínica, sabem e estão dispostos a aprender sobre a genética médica, realizou-se esse estudo. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal, com questionário aplicado na plataforma Google Forms destinado a estudantes vinculados aos semestres iniciais do Curso de Medicina, da Universidade Federal de Sobral - Campus Sobral. Resultados: Obtiveram-se 58 respostas, sendo destas 25,8% alunos do primeiro semestre, 37,9% do segundo, 8,8% do terceiro e 27,5% estudantes vinculados ao curso que não iniciaram nenhum semestre. Ainda, a grande maioria dos entrevistados (96,5%) sabiam o que é uma doença genética e pouco mais da metade (56,8%) conhecem alguém com doença genética hereditária. Pelo menos 75% dos entrevistados achavam que a genética médica seria uma especialidade da Medicina, mas apenas metade dos que responderam ao questionário tem algum tipo de interesse na área. Tais dados podem evidenciar uma falta de interesse nos conhecimentos acerca desse campo já nos primeiros semestres do curso. A quase totalidade (93,1%) dos entrevistados acha muito necessário falar mais sobre genética médica e, curiosamente, os 6,9% restantes responderam que só algumas doenças genéticas merecem mais discussão. Conclusão: A maioria dos entrevistados sabe o básico sobre definição e exemplos de doenças genéticas, porém, o pequeno interesse na Genética Médica pode refletir um descaso pela área. Logo, é preciso valorizar o tema, formar profissionais capacitados e, assim, contribuir para o progresso dessa especialidade, a fim de mitigar o estigma social para com os portadores de doenças genéticas.