Efeitos da dieta vegetariana na ocorrência de complicações gestacionais: uma revisão de literatura

Resumo

INTRODUÇÃO: A dieta vegetariana tem se popularizado nos últimos anos. Nesse contexto, surgem questionamentos sobre o equilíbrio fino entre seus riscos e benefícios, intensificados quando se trata de períodos de maior demanda nutricional como a gestação. OBJETIVO: Revisar os impactos da alimentação materna na incidência de complicações gestacionais e concluir se a alimentação vegetariana é um fator de proteção relevante durante a gestação. METODOLOGIA: Trata-se de uma Revisão Narrativa de literatura a partir de busca de dados na base PubMed com os descritores: (((Pregnant Women) AND (Diet, Vegetarian)) OR (Diet, Vegan)) AND (Pregnancy Complications), obtendo-se um total de 8 artigos. RESULTADOS: Foi apontado que a dieta vegetariana parece reduzir a incidência de pré-eclâmpsia, visto que é pobre em ácido araquidônico e contribui para a redução da pressão arterial e da dislipidemia, fatores envolvidos na sua patogenia. Da mesma forma, é marcante a redução da incidência de diabetes gestacional devido ao alto consumo intrínseco de fibras provindas de cereais e frutas nessa dieta. Ademais, por ser livre de carnes defumadas, importantes fontes de nitrato e nitrito, a dieta vegetariana pode ser um fator protetor contra malformações congênitas, já que, tais componentes, em excesso, podem dar origem a substâncias carcinogênicas, mutagênicas e teratogênicas. Por outro lado, apesar de a dieta vegetariana ser capaz de cobrir a necessidade da maioria dos nutrientes durante a gestação para prevenir quaisquer deficiências, é recomendada suplementação de vitamina B12, ácido fólico, ácidos graxos de cadeia longa e ferro. CONCLUSÃO: Desse modo, maiores evidências são necessárias para comprovar os efeitos protetores da dieta vegetariana contra complicações na gestação sugeridos neste trabalho, mas pode-se afirmar que ela é segura e adequada nesse período, desde que se garanta a plenitude de macro e micronutrientes.