Manejo perioperatório de rara síndrome hemorrágica em hospital quaternário: um relato de caso

Autores

  • Gustavo Sales Mendes
  • Ana Carolina Duarte Rossi, José Levy dos Santos Mesquita, Antônia Vitória Mesquita Leitao de Mendonça, Jessica Lorraine Gomes de Morais
  • Pedro Gomes Cavalcante Neto

Resumo

Relato de Caso: Paciente 31 anos, sexo feminino, 62kg e 1,55m de altura, diagnosticada com Trombastenia de Glanzmann. Obteve valores de GP IIb/IIIa de 1,65% e apresentando baixa acuidade visual. Paciente necessitou ser submetida à neurocirurgia para retirada de meningioma parasselar e de ponta de temporal à direita. Na avaliação, constatou-se ASA III sem via aérea difícil, com epistaxe e plaquetas de 137/mm3, sendo feita aférese de plaquetas pré-operatória. Durante a indução anestésica foi utilizado: fentanil; propofol; cisatracúrio; e manutenção com propofol, remifentanil; dexmedetomidina; cefuroxima; monitorizada com oxímetro de pulso, ECG 5 derivações, PAI, BIS e capnografia. Acesso central e periférico 14G. No intraoperatório, a hemostasia foi mantida com aféreses de plaquetas e realizou-se a ressecção dos tumores. Após a 3ª aférese, ocorreu novo sangramento intraparenquimatoso ativo, refratário ao tratamento. A pressão arterial era de 30/10 mmHg sem resposta a metaraminol e noradrenalina, sendo administrada adrenalina, seguida de hipertensão com média de 150 mmHg. Foram administrados cristaloides, aféreses de plaquetas, CH e Fibrinogênio. Após discussão com hematologista, foram feitos frascos de F VIIa. Paciente evoluiu com sangramento e edema cerebral severo. Após nova administração de fator VIIa e ácido tranexâmico, houve melhora importante do sangramento. Optou-se por monitor de PIC epidural e duroplastia. Paciente encaminhada à UTI, intubada em uso de noradrenalina, com orientação de administração de F VIIa de 4/4h. Após 2 dias, durante TC de controle observou-se hematoma intraparenquimatoso, necessitando ser submetida a nova intervenção cirúrgica. Após procedimento, evoluiu com sangramento intracraniano refratário, instabilidade hemodinâmica sem resposta a drogas vasoativas, edema e herniação subfalcina com desvio de linha média. F VIIa foi suspenso, optando-se por transfusão de concentrado de plaquetas de 12/12h. Paciente evoluiu para óbito após 1 dia.

Publicado

2021-01-01

Edição

Seção

XXX Encontro de Extensão