A teatralização do caso “Marias” como resposta a demanda de produção no contexto de Ensino Remoto.

Resumo

No contexto da pandemia do Coronavírus, novas medidas sanitárias tiveram que ser implantadas, na tentativa de controlar o quantitativo de infecções, dentre elas o distanciamento social que paralisou por um período de tempo vários setores sociais. A Universidade Pública teve seu período de parada, mas longo foi “convidada” a retornar ao funcionamento atendendo às máximas neoliberal de que não se pode parar, exigindo os alunos, professores e demais funcionários um adaptação ao modelo remoto de ensino. A partir disso, este trabalho pretende relatar as vantagens e desvantagens de se atender tal demanda por produção por parte da Universidade Pública. Para tanto, trata-se de um relato de experiência a partir de um exercício de teatralização realizado na disciplina de Psicologia Escolar/Educacional II ministrada no curso de graduação em Psicologia do Campus Sobral da Universidade Federal do Ceará (UFC) como tentativa de amenizar a impossibilidade de ir à campo para realização de atividades práticas. Sobre a tal teatralização, foi repassado aos alunos o caso fictício “Marias” - sobre uma dupla de amigas adolescentes que, devido aos problemas financeiros e familiares, prestavam serviços sexuais aos colegas homens em troca dinheiro, mas que foram descobertas e expostas –, e pedido que em equipes preparassem e atuassem os pontos de vista de alguns atores escolares sobre o caso. Pode-se evidenciar que tal atividade pôde garantir, mesmo que limitadamente, o contato com várias problemáticas corriqueiras no cotidiano escolar e no trabalho do psicólogo escolar. Acrescenta-se que houveram muitas dificuldades na realização desta atividade, especialmente, relacionados à qualidade e disponibilidade de internet e equipamentos aos alunos, monitores e professora. Por fim, explicita-se que de modo algum a teatralização do caso representa de forma totalmente fiel as idiossincrasias das relações que se dão no espaço da escola.