Drenagem da veia cervical transversa para a base da veia jugular interna: relato de caso.

Resumo

INTRODUÇÃO: As estruturas venosas do pescoço possuem padrões variados, sendo algo de grande relevância cirúrgica, haja vista a necessidade de se conhecer as estruturas e suas disposições a fim de evitar intercorrências durante os procedimentos médicos. OBJETIVOS: Descrever uma drenagem incomum de uma veia cervical transversa (VCT) esquerda em direção à veia jugular interna (VJI) homolateral. METODOLOGIA: Foram registradas imagens e utilizados instrumentos de medida para estudo dos vasos. DISCUSSÃO: Segundo Dalip et al (2018), a VCT drena normalmente para a veia jugular externa (VJE). Partindo dessa informação, foi identificado, em um cadáver do sexo feminino, 52 anos, pertencente ao laboratório de anatomia humana da Universidade Federal do Ceará (UFC) – Campus de Sobral, uma drenagem incomum da VCT, em direção à base da VJI, ambas do lado esquerdo, o que representa uma variação anatômica dessa drenagem. RESULTADOS: Nesse cadáver, foi aferido que a VJE possuía cerca de 12 cm em seu trajeto, enquanto que a VCT possuía aproximadamente 10 cm, havendo ainda uma comunicação entre elas. Deslaugiers et al (1994), em um estudo com 50 cadáveres, ou seja, 100 padrões considerando os lados direito e esquerdo, obteve que 88% destes possuíam confluência da VCT em direção a VJE, e os outros 12% eram caracterizados pela drenagem em direção à veia subclávia ou à base da VJI, grupo que se relaciona à peça abordada. Vale ressaltar que, no estudo em pauta, não foi relatado uma drenagem da VCT para VJI simultânea a uma comunicação com a VJE. CONCLUSÃO: Embora as veias do pescoço possuam inúmeras disposições, alguns padrões tendem a se repetir, o que permite, por comparação, identificar os padrões incomuns. Nesse sentido, tem-se que a variação verificada no cadáver em questão representa esse aspecto, o que suscita mais análise na referida peça, para que se possa conhecer melhor e realizar uma compilação desse tipo de descrição.