O estudo da histeria e da neurose obsessiva como ferramentas para os encontros da Monitoria de Teorias da Subjetividade II (Psicanálise).

Autores

  • Frederico Santos Alencar
  • Maria Vitória Silva Ripardo
  • Odimar Araújo Feitosa Filho

Resumo

A monitoria voluntária em Teorias da subjetividade II proporcionou estudos relativos às teorias articuladas em sala de aula para matizá-las com as ilustrações de casos clínicos, na tentativa de aproximar os alunos à originalidade da experiência fundada por Freud. Durante os encontros da monitoria nos propomos a extrair do estudo de dois tipos clínicos da psicanálise, abordados sucintamente em diferentes momentos da disciplina. Para isso, utilizamos vinhetas do caso freudiano “Homem dos Ratos” (Ernst Lanzer) e o debate sobre a histeria na gênese da psicanálise. Tivemos como pressuposto o valor de diagnóstico diferencial desses dois tipos clínicos, a saber, o rompimento com o lugar que essas nomenclaturas ocupam no discurso comum e o deslocamento para o estatuto estrutural da relação do sujeito com o desejo. Nos dois casos demonstramos que a neurose obsessiva e a histeria, longe de reduzirem-se a conceitos ultrapassados, nos permitem a aproximação com a dinâmica da construção teórico-clínica da psicanálise. As denúncias feitas pelas histéricas ensinaram a Freud o caminho do inconsciente, colhendo da escuta dessas mulheres o que veio a nomear como complexo de Édipo e permitindo que elas pudessem advir como sujeitos desejantes. Por sua vez, discutimos a neurose obsessiva por meio do caso o Homem dos Ratos. Criada por Freud como uma variante da histeria, a neurose obsessiva ilustra a inescapável determinação da linguagem na vida de cada humano. No caso em questão, o sujeito estava às voltas, obsedado com o significante Raten (palavra que, na língua alemã, faz equívoco com rato e dívida); atormentado inconscientemente com a dívida que subjetivou de seu pai. Estes estudos contribuíram no direcionamento dos encontros, trazendo consistência clínica para os tópicos tratados em sala de aula e se constituíram como ferramentas indispensáveis para que, na função de ensino dos monitores, fosse realizada uma efetiva circulação de saberes na continuidade entre clínica e teoria.

Publicado

2021-01-01

Edição

Seção

XXX Encontro de Iniciação a Docência