VARIAÇÃO ANATÔMICA DAS ATÉRIAS ILÍACAS COMUNS DE FETO PORTADOR DO COMPLEXO OEIS: UM RELATO DE CASO

Autores

  • Érica Jamilly de Sousa Ribeiro
  • Ana Lourdes Silva dos Santos, Paulo Roberto Matos Neto, Daniel Hardy Melo, Eladio Pessoa de Andrade Filho
  • Carolina da Silva Carvalho

Resumo

INTRODUÇÃO: O complexo OEIS corresponde a uma combinação de malformações congênitas graves, que inclui onfalocele, extrofia da cloaca, ânus imperfurado e defeitos espinais. Esta condição afeta 1:200.000 a 400.000 gestações e apresenta etiologia desconhecida.1-3 Até o momento, não há descrições na literatura acerca do padrão vascular de fetos portadores desses defeitos. Durante o desenvolvimento fetal normal, as artérias ilíacas comuns (AIC) costumam crescer linearmente em comprimento, diâmetro e volume, sendo a artéria ilíaca comum direita discretamente predominante em relação aos parâmetros supracitados.4 OBJETIVOS: Neste contexto, o objetivo do presente estudo foi descrever as variações anatômicas encontradas nas AIC de feto portador do complexo OEIS pertencente ao acervo do Laboratório de Anatomia da Universidade Federal do Ceará, Campus Sobral. MATERIAL E MÉTODOS: Trata-se de um estudo descritivo macroscópico com abordagem quantitativa das artérias ilíacas comuns direita (AICD) e esquerda (AICE) de um feto, sexo masculino, apresentando cerca de 32 semanas de gestação. O diâmetro externo e o comprimento dos vasos foram medidos e registrados. RESULTADOS E DISCUSSÃO: A AICD e AICE apresentaram diâmetros de 12mm e 6mm, e comprimentos variando de 11,2 mm e 20mm, respectivamente. A AICE apresentou um diâmetro 50% menor em relação a AICD. Em contrapartida, Szpinda et al. (2012) descreveram os parâmetros normais do diâmetro externo das AICD (1,86±0,47mm) e AICE (1,79±0,42mm) de fetos com 8 meses de gestação. Adicionalmente, os autores relataram comprimentos médios similares das AICD (14,14±1.79) e AICE (13,78±1.68).4 Diante do exposto, observa-se a existência de variação anatômica dos vasos ilíacos comuns em fetos com síndrome OEIS. CONCLUSÃO: Com base nessas informações e na escassez de dados sobre essa temática, estudos anátomo-clínicos se fazem necessários na tentativa garantir o monitoramento das alterações aorto-ilíacas fetais e avanços cirúrgicos nessa área.

Publicado

2021-01-01

Edição

Seção

XXX Encontro de Iniciação a Docência