A colonização e a produção do corpo negro através da língua(gem).

Autores

  • Iago Damião Ferreira Prado
  • Anne Beatriz Nogueira Saraiva
  • Ana Carolina Borges Leão Martins

Resumo

De início, o presente trabalho propõe estabelecer diálogos de autores decoloniais, acerca dos estudos de raça e a psicanálise. Entendendo a língua como parte do discurso e eixo do laço social dos sujeitos, a psicanálise mostra-se numa posição não-neutra, assumindo uma posição ética com aqueles que estão condições subalternas ou, de outro modo, estão em conflitos com a própria linguagem. No entanto, é importante alertar sobre o uso de algumas palavras, modos e expressões para que não se reforce uma prática racista. Trata-se de uma pesquisa qualitativa exploratória, realizada a partir de uma revisão de literatura. O referencial teórico utilizado partiu de uma perspectiva negra histórica, a partir dos estudos decolonias e pós moderno, como, por exemplo Grada Kilomba, Frantz Fanon, Munanga, bem como, alguns estudiosos da psicanálise como Lacan e Safatle. Como resultado, evidenciou-se que a colonização teve grande impactos na produção do sujeito negro. Pois, o processo de colonização, por vez, estruturou-se através do genocídio negro, da produção do saber, do autoritarismo do patriarcado e com a produção do capitalismo. Desse modo, o negro passou a ser visto como um caráter selvagem, animalesco, que é desprovido de qualquer “civilização”. No entanto, a língua relacionada a produção de saber, aparece com um caráter estruturante do sujeito e do mundo, numa relação dialética. Por fim, torna-se relevante apontar que a colonização agiu de forma a explorar negro para além do seu corpo, como também, na produção subjetiva. Aponta-se, que o corpo negro encontra-se em um conflito na linguagem, pois, há uma dubiedade entre a sua imagem e aquilo que é produzido a partir dela. Contudo, propõe-se um giro imaginário do corpo negro, agora, pautado sobre uma perspectiva da negritude que aparece como forma de luta e emancipação dos corpos negros, determinando a busca por igualdade sociais, econômicas e direito a vida.

Publicado

2021-01-01

Edição

Seção

XL Encontro de Iniciação Científica