Ações da Rede Cegonha e sua Implicação no Sistema de Saúde Brasileiro: Uma Revisão Bibliográfica

Resumo

Os eventos compreendidos pré, peri e pós a gravidez compõem um momento complexo e podem ser causadores de múltiplas vulnerabilidades às mulheres. Como tal, produzem direcionamentos na saúde e subjetividade destas mulheres-mães e devem ser assistidos psicossocialmente. Dessa forma, o Sistema Único de Saúde (SUS) possui uma rede de assistência especializada no atendimento à saúde materno-infantil, a Rede Cegonha (RC).  Diante disto, essa pesquisa objetivou investigar as ações da RC desde sua criação (2011) até 2016.  Para tanto, foi realizada uma revisão bibliográfica, utilizando bases de dados virtuais, como SCIELO, Google Acadêmico e Biblioteca Virtual de Saúde. Foram selecionados artigos completos, com filiação nacional e datados dos últimos 12 anos. Foram analisados 17 artigos. Nestes foram elencadas ações desempenhadas pela RC que corroboram com suas diretrizes de atuação, a integralidade e a regionalização. O teste rápido de gravidez, por exemplo, é uma prática realizada em todas as unidades básicas de saúde e é uma medida profilática de grande importância, pois é capaz de detectar precocemente a gestação e, assim, possibilitar a realização de um pré-natal seguro e alinhado às especificidades de cada usuária.  Aliada aos princípios do SUS, a RC surge a fim de assegurar acesso, acolhimento e resolutividade na atenção, garantindo humanização à gravidez, ao parto, ao puerpério, ao nascimento, ao crescimento e desenvolvimento da criança, contudo, sua plena execução encontra algumas dificuldades pela falta de infraestrutura das instituições hospitalares e dos ainda altos índices de mortalidade materno-infantil. A RC mostrou avanço na proteção integral aos processos que envolvem a gravidez e atenção à criança, porém, por incluir também políticas comunitárias de educação em saúde e pela já citada precariedade estrutural, seus efeitos se apresentarão mais sólidos a longo prazo.