Beta-cariofileno no tratamento da indução de Parkinson por 6-hidroxidopamina (6-OHDA)

Autores

  • Marília Rocha Silva
  • Cleane Gomes Moreira, Francisco José Gomes, Jose Ronaldo Vasconcelos Dagraca, Joaquim Francisco Cavalcante Neto
  • Lissiana Magna Vasconcelos Aguiar

Resumo

A doença de Parkinson (DP) é uma doença neurodegenerativa que causa sintomas como distúrbios de movimento e demência, os quais estão associados com a morte dos neurônios dopaminérgicos. O beta-cariofileno (BCP), canabinoide derivado de óleos essenciais, tem apresentado propriedades farmacológicas em diversas células. O presente estudo visa avaliar os efeitos do beta-cariofileno em modelo de DP induzida por 6-hidroxidopamina (6-OHDA) em ratos. Ratos Wistar machos (180 a 200g) foram submetidos a injeção unilateral intraestriatal de 6-OHDA (21 µg) ou solução salina 0,9% (6 µl/animal) no grupo Sham. O tratamento iniciou-se uma hora após a cirurgia e os animais receberam BCP (15, 50 e 100 mg/kg) ou salina via gavagem por 21 dias. O teste comportamental foi realizado no 14º dia de tratamento (teste rotacional induzido por apomorfina). Após o último tratamento os animais foram sacrificados e foi removido o corpo estriado direito (CED) para dosagem de glutationa. O estudo foi aprovado pelo CEUA/UFC-Sobral, (n° 15/2018). Os resultados mostraram que houve aumento do número de rotações contralaterais no teste rotacional devido a aplicação do 6-OHDA [Sham: 10,54±2,09 (13); 6-OHDA: 106,0±17,66 (7) com p<0,0001] evidenciando o déficit motor, que foi reduzido como tratamento com BCP [BCP15: 22,42±6,76 (12) com p<0,005; BCP50: 35,19±13,77 (16) com p<0,05; BCP100: 21,77±8,70 (13) com p<0,0001]. Além disso, o 6-OHDA reduziu os níveis de glutationa na área cerebral testada [SHAM: 0,148 ± 0,024 (6); 6-OHDA: 0,048 ± 0,009 (6), com p<0,005] e o BCP na dose 50 foi capaz de reverter este efeito aumentando os níveis de GSH [BCP15: 0,133 ± 0,030 (6), com p<0,05]. Fica claro, portanto, que o BCP pode ter efeito benéfico no tratamento dos danos causados pela neurotoxina 6-OHDA, tornando-se promissor nas pesquisas de tratamentos farmacológicos para a Doença de Parkinson.

Publicado

2021-01-01

Edição

Seção

XL Encontro de Iniciação Científica