DISPARIDADE SALARIAL ENTRE HOMENS E MULHERES E ENTRE REGIÕES: UMA ANÁLISE ECONOMÉTRICA

Resumo

A sociedade estruturada no modelo patriarcal, está pautada em todos os âmbitos, seja político, econômico ou cultural a favorecer a figura masculina. Podemos citar como exemplo, o direito ao voto feminino, estabelecido no Brasil apenas em 1932, enquanto os homens já exerciam esse direito. Outro exemplo a ser citado é a castidade feminina como requisito legal para casar-se, podendo haver anulação do casamento, sendo revogado apenas em 2003, ou seja o controle da prática de relação sexual antes do casamento só era dada a mulher. Com isso, este estudo teve como objetivo principal verificar se o sexo do indivíduo e a sua região (Nordeste e Sul), são fatores determinantes na formação de salários, dada a observância que trata-se da comparação relativa entre homens e mulheres, em iguais condições de trabalho e suas regiões. A análise desenvolvida tem como base os micro dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) do ano de 2015, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A metodologia utilizada consiste em um modelo econométrico cuja finalidade é explicar a formação dos salários, selecionadas as variáveis de interesse e feitas as modificações necessárias. Os resultados apontaram que, de fato, o sexo do indivíduo pode ser fator determinante do seu salário, mesmo nas condições idênticas de trabalho, e que a região também interfere nessa diferenciação das remunerações. Isto mostra que, o sistema patriarcal é sólido em nossa sociedade, e a normalização ou invisibilidade dessas questões, só reforça ainda mais as estruturas desse sistema. E, apesar dos avanços, os caminhos para uma sociedade justa e igualitária, como aponta a Constituição Federal que iguala homens e mulheres, ainda se faz distante do ideal.