PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS CASOS DE SÍFILIS CONGÊNITA (SC) NO ESTADO DO CEARÁ ENTRE O PERÍODO DE 2008-2018

Autores

  • Francisco Danilo Bezerra Macedo Junior
  • Francisco Italo Barboza e Silva, Matheus Brasil Câmara Monteiro
  • Anderson Weiny Barbalho Silva

Resumo

A Sífilis Congênita (SC) é um importante agravo de saúde que acomete RNs expostos à bactéria Treponema pallidum e infectadas via vertical. Além de ser uma doença grave, a SC é um importante marcador da qualidade da assistência pré-natal do sistema de saúde devido à capacidade de detecção precoce da doença. Nesse contexto, esta proposta visa avaliar o contexto epidemiológico da SC e sua relação com a qualidade dos atendimentos na assistência pré-natal através da análise do registro de casos no sistema de saúde no Estado do Ceará. Para isso, foi proposto um estudo transversal retrospectivo quantitativo dos casos de SC no Estado do Ceará entre o período de 2008-2018. Foram utilizados dados disponibilizados pela plataforma DATASUS por meio do Sistema de Informação de Agravos (SINAN). Os descritores utilizados foram “sífilis congênita”, "diagnósticos confirmados” e “óbitos decorrentes do agravo". Neste período, foram registrados no sistema cerca de 10.682 casos de SC, tendo uma taxa anual média de 7,5 casos novos por 1000 nascidos vivos no período de 2008-2018. Esse valor é dez vezes maior do que a meta estipulada pela OPAS/UNICEF para eliminação do problema (<0,5 casos em 1000 nascidos vivos). Quando comparados os cinco primeiros e os cinco últimos anos, observa-se um aumento de 50,6%, sendo os números respectivos de casos 3.530 e 7.152. Foram notificados 102 óbitos em decorrência apenas deste agravo, com taxa de letalidade de 0,9%. Conclui-se que a partir do ano de 2008, foi observado um incremento anual cada vez maior, principalmente nos 5 últimos anos do período estudado, sendo evidenciado pelo dobro de diagnósticos encontrados em relação ao período inicial. Isso pode demonstrar um melhor preparo no diagnóstico da doença, como também a ineficiência ao tratamento da doença em estágio inicial na assistência pré-natal. Outrossim, a baixa letalidade demonstrada não reduz o impacto das sequelas tardias da SC, como as alterações ósseas e surdez neurossensorial.

Publicado

2021-01-01

Edição

Seção

XL Encontro de Iniciação Científica