A CONSTRUÇÃO HISTÓRICA DE LUTA E RESISTÊNCIA DO MOVIMENTO FEMINISTA POR POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE DAS MULHERES NO BRASIL
Resumo
A luta das feministas pelo direito à saúde implica em ações que contemplem bem-estar físico, emocional, mental, político e social, e denunciam a expropriação e controle do corpo feminino, destacando que não há como conceber a saúde da mulher como algo desvinculado do seu papel dentro da sociedade e de sua esfera íntima. O movimento feminista brasileiro com intuito de participarem de maneira ativa na construção e implementação das políticas de saúde, questionou o exercício da medicina, em especial, da ginecologia. Mas, ao aprofundar-se na literatura percebe-se uma lacuna sobre os cuidados a mulher antes de 1970, contudo a história mostra que a “atenção” direcionadas a saúde da mulher, se reduziram a publicidade e venda de “remédios” através de folhetins e aos programas maternos-infantis, tornando claro, o lugar da mulher como sujeito restrito ao lar e a educação da prole. No auge da revolução sexual, a chegada da pílula no Brasil, implicou em inúmeras questões, pois de um lado, surge as primeiras políticas públicas da saúde da mulher baseadas em programas de controle da natalidade, que se apoiaram na política norte-americana, que considerava a América Latina como “um campo fértil para a agitação comunista”, do outro o movimento feminista brasileiro denunciava as diferenças de gênero e o enfoque reducionista a saúde da mulher. Tais reivindicações feministas desemborcam na criação do Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM), marcando, uma ruptura conceitual com os princípios norteadores das políticas de saúde das mulheres e os critérios para eleição de prioridades neste campo. Por fim, pontua-se que antes do surgimento do PAISM, datado de 1983, pouquíssimas pesquisas foram direcionadas à intersecção destes temas, mas que tais aspectos relacionados à história de luta por direitos à saúde e o nascimento do PAISM, devem-se ser concebidos enquanto conquistas políticas históricas e socioculturais.Publicado
2021-01-01
Edição
Seção
XIV Encontro de Pesquisa de Pós-Graduação
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