USO DE ANTIDEPRESSIVOS TRICÍCLICOS PARA TRATAMENTO DE DOR CRÔNICA RELACIONADA ÀS DISFUNÇÕES TEMPOROMANDIBULARES: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA DA LITERATURA.

Autores

  • Felipe Dantas Silveira
  • Ellen Lima de Assis
  • Hellíada Vasconcelos Chaves

Resumo

O uso de antidepressivos tricíclicos (ADT) para tratar dor nas disfunções temporomandibulares (DTMs) foi proposto há mais de 30 anos. Entretanto, não existem revisões sistemáticas (RS) de ensaios clínicos que sumarizem evidência suficiente para atestar a eficácia desta opção de tratamento. Portanto, o objetivo deste trabalho é realizar uma revisão de literatura que responda a seguinte pergunta: ADTs são eficazes no tratamento da dor crônica relacionada à DTM? Para tanto, foi realizada uma busca sistemática nas bases de dados: PubMed e Web of Science, além de busca na literatura cinza, utilizando combinação dos seguintes termos “tricyclic antidepressive agents”, “amitriptyline”, “nortriptyline”, “temporomandibular joint disorders”. Foram incluindo ensaios clínicos publicados em inglês até setembro de 2021. Após a remoção das duplicatas, a busca inicial gerou um total de 62 artigos, destes, por meio leitura de títulos e resumos foram selecionados 5 ensaios clínicos que se enquadravam nos critérios de elegibilidade. O uso de ADTs está geralmente associado às dores crônicas refratárias que não respondem à outras modalidades de tratamento. Todos os trabalhos selecionados neste estudo utilizaram amitriptilina como droga de escolha, entretanto, as dosagens e o tempo de tratamento são distintos entre os ensaios. Os autores relatam redução dos níveis de dor analisados por escalas validadas. Apesar da evidência positiva, os poucos estudos encontrados possuem amostras relativamente pequenas e apresentam disparidades nos critérios de seleção e no protocolo de tratamento. Conclui-se que as publicações que relacionam o uso de ADT em dor na DTM são escassas e o nível de evidência ainda é de moderado à baixo. Sendo assim, o uso destas medicações está apoiado na extrapolação de resultados de outras condições dolorosas. Portanto, necessita-se de mais ensaios clínicos randomizados controlados que confirmem a eficácia e a segurança do uso de ADTs em pacientes com DTM dolorosa.

Publicado

2021-01-01

Edição

Seção

XIV Encontro de Pesquisa de Pós-Graduação