A IMPORTÂNCIA DO ESTÁGIO NÃO OBRIGATÓRIO PARA A FORMAÇÃO DO ENGENHEIRO AMBIENTAL SANITARISTA: RELATO DE EXPERIÊNCIA NO LABORATÓRIO DA CAGECE DE CRATEÚS

Autores

  • Gerson Dias da Silva
  • Luana Viana Costa e Silva

Resumo

O curso de Engenharia Ambiental e Sanitária da Universidade Federal do Ceará (UFC) tem em seu Projeto Pedagógico de Curso (PPC) a previsão de estágios obrigatório e não-obrigatório. Por ser opcional e pela baixa oferta, sobretudo nos campi do interior, os índices de cumprimento de não-obrigatórios costumam ser baixos. Este trabalho teve como objetivo analisar as experiências de um estágio não obrigatório na CAGECE (Companhia de Água e Esgoto do Estado do Ceará), entre 15/01/2021 a 15/01/2022, estabelecendo reflexões e ponderações. Para isso, foi aplicada a observação assistemática, com observador dito artificial, integrado ao grupo. Os recursos usados foram visual, com o auxílio de anotações diárias para melhor fixação, além de visitas técnicas às estações. Posteriormente, os dados foram analisados usando-se como suporte o rol de disciplinas do curso, na tentativa de correlacioná-las às percepções do estágio e determinar quais conhecimentos e habilidades foram indispensáveis para o bom andamento das atividades exigidas e quais foram as competências e habilidades adquiridas. As principais atividades desenvolvidas foram: análises de parâmetros físicos, químicos e biológicos da água e esgoto, como turbidez, pH, cloretos e coliformes totais. A execução de tais atividades foram orientadas e avaliadas por funcionário experiente. Além das atividades rotineiras, houve também vivências em várias estações das unidades de tratamento de água e de esgoto. Para a adequada execução das atividades exigidas, disciplinas como Microbiologia, Química Analítica, Qualidade da Água e Controle da Poluição, Sistemas de Tratamento de Águas Residuárias e de Abastecimento foram indispensáveis, associando-se teoria e prática. Dentre as habilidades e os conhecimentos prévios fundamentais para êxito na seleção e na manutenção do estágio, destaca-se: segurança no laboratório, manipulação de vidrarias e execução de análises, índice de rendimento acadêmico satisfatório, proatividade e interesse pela área. Conhecimentos, habilidades e competências também foram apreendidas, como: aperfeiçoamento da comunicação interpessoal e do trabalho em grupo, consolidação de conhecimentos sobre legislações específicas da área e manuseio de equipamentos. Notou-se expressivo diferencial da oportunidade de cursar disciplinas da área no período de realização do estágio, o aprendizado se tornou significativo e ultrapassou a noção comum da disciplina como obrigação a ser cumprida. Com base na experiência relatada, é perceptível que o estágio não obrigatório é uma oportunidade enriquecedora para todas as partes envolvidas, pois experiências, conhecimentos acadêmicos e empíricos são trocados constantemente. Proporciona a visão real do mercado de trabalho e das possibilidades de atuação de engenheiros(as) ambientais e sanitaristas. Espera-se que esse trabalho contribua para despertar interesse em outros estudantes nessa modalidade de estágio e de instituições em ofertar quantitativo maior de vagas.

Publicado

2021-01-01

Edição

Seção

Encontro de Extensão