O GRUPO DE ESTUDOS FEMINISTAS MARIELLE FRANCO ENQUANTO FOMENTO PARA FORMAÇÃO POLÍTICO-PEDAGÓGICA DE FUTURAS LICENCIADAS EM GEOGRAFIA NO IFCE CAMPUS CRATEÚS

Autores

  • Thais Menezes Lopes
  • MARIA LOHANA RODRIGUES LIMA
  • Jenniffer Karolinny de Araújo Dantas

Resumo

O Grupo de Estudos Feministas Marielle Franco constituído por e para estudantes, docentes, servidores e comunidade externa que desejem participar, surge sua idealização ainda em 2019 mediante interesses e questionamentos dos alunos acerca da ausência de inúmeras práticas e ações que envolvam o feminismo com o intuito de proporcionar debates formadores e de uma construção político-social que inclua gênero e temáticas étnico-raciais. Somente no dia 24 de Junho de 2020 é instituído no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará campus Crateús adjunto do curso de Licenciatura em Geografia. Devido a pandemia o grupo dá-se virtualmente através de encontros via Google Meet e eventos no Instagram. Nesse viés, o GEFEM Marielle Franco com alicerce estruturado no feminismo afrolatinoamericano cria subsídios contextualizados em uma educação plural e de sujeitos historicamente situados. Por intermédio de diálogos entre os participantes mediados pelos mesmos ou pelas professoras/coordenadoras do grupo com auxílio de livros, vídeos e/ou produções autorais. Ademais, a Geografia apesar de bases epistemológicas tradicionais, manifesta-se como uma ciência social permeada por conhecimentos passíveis de aplicação na coletividade. Milton Santos propõe em “A natureza do espaço” (1996), a racionalidade do próprio. Isto posto, o espaço geográfico deve ser abrangente acerca de sua fluidez e dos seres em constantes mudanças que o ocupa. A conexão geográfica na educação pró-feminismo na formação das autoras futuras licenciadas em Geografia desponta como elemento central para intermédio da construção de relações sujeito-tempo-espaço. Propiciando aos estudantes a percepção do seu lugar como produto histórico para superar distanciamentos sociais impostos desde a colonização. Para Bell Hooks (2017): “Os alunos, mesmo quando versados num determinado tema, podem ser mais tendentes a falar com confiança quando ele se relaciona diretamente com sua experiência.” O grupo ascende enquanto importante renovação educativa que contribui para compreender seu “lugar de fala” (RIBEIRO,2017), envolvendo o território cearense ao qual estamos inseridos e seus impactos. “A concepção bancária da educação como instrumento da opressão” (FREIRE, 1970) mesmo que de gênese nos anos 90 ainda se reproduz fortemente nas escolas, ambientes acadêmicos e perpassa a sala de aula. Infere-se mediante dados do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará de 2020 sobre a taxa de frequência de estudantes negros ou pardos que torna-se decrescente com o aumento da faixa etária e dos anos letivos. Enquanto no ensino fundamental encontra-se em cerca de 98,2% de presentes. No ensino superior torna-se alarmante com somente 20,2% de estudantes negros ou pardos ocupando os espaços acadêmicos. Portanto, além das ações afirmativas já existentes é necessário o acolhimento desses estudantes desde suas próprias vivências fundamentados politicamente como agentes transformadores da realidade.

Publicado

2021-01-01

Edição

Seção

Encontro de Garotas STEM dos Sertões de Crateús